Os deputados José Junqueiro, Elza Pais, Acácio Pinto e a
presidente da concelhia do PS, Adelaide Modesto, reuniram com o INEM e a Ordem
dos Médicos numa ação dedicada à Saúde, e puderam constatar:
O Centro
Hospitalar em Viseu continua sem espaço para permitir funcionar, com eficiência para os profissionais e dignidade para os
utentes, os serviços de urgência, INEM incluído.
A situação é antiga, já fora sublinhada em
2014, mas permanece com o mesmo grau de dificuldade. Apesar de diligências do
Conselho de Administração o Governo, através da ARS, ainda não deu luz verde para as obras.
No INEM, tal como
referiu o seu presidente Paulo Campos, urge criar um “regime de exceção na
contratação de técnicos para atenuar a atual falta de recursos humanos”
estabilizados na resposta a casos de emergência médica.
Quando, como definiu o
Governo, recursos especializados em trabalho na urgência têm de suspender a sua
atividade para se constituírem em equipas INEM algo fica em falta. É como um
lençol curto que para tapar a cabeça destapa os pés.
Picos de
urgência, por norma, ocorrem com maior intensidade entre 15 de Dezembro a 15 de
Fevereiro. Este ano 2014/2015 o caos vivenciado nas
urgências nacionais, ocorre por vários fatores, alguns de índole
médico/científica, outros de carácter político/sociológico:
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Miguel Sequeira, José Junqueiro |
1) Falência da vacina da gripe;
2) Antibióticos genéricos (não se questiona o
princípio ativo mas sim a intensidade verificada nesse medicamento, versus
controlo de qualidade do Infarmed);
3) Fecho
de centros de saúde e atendimento - o
efeito da centralização: a falsa ideia de poupança que aumenta os custos com
recursos humanos, físicos e médico medicamentosos, assim como, tempo em
transporte. Dever-se-ia apostar na discriminação positiva através do incentivo
na procura de centros de saúde e de atendimento, pela diminuição temporária ou
ausência de taxas moderadoras nesses locais;
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Adelaide Modesto |
4) Fator
sociológico- 3a geração de emigração que
deixou "ao abandono" uma população envelhecida;
Foram também
abordados os constrangimentos nos cuidados
continuados, nomeadamente a impossibilidade de prescrição de medicamentos e a ausência
de autonomia na sua administração aos doentes, o que acaba por contribuir para
o congestionamento das urgências.
Conclui-se
por um desinvestimento na saúde, com
precarização da mão-de-obra que roça a indignidade (médicos tarefeiros
contratados através de empresas de "trabalho temporário) ausência e
desestruturação da carreira médica e de perspetiva para os jovens médicos, que
culmina em emigração médica.
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Adelaide Modesto, José Junqueiro, Carlos Daniel |
A aposta do Governo em empresas de trabalho temporário é
prejudicial para todos, não só pela iniquidade nos pagamentos, mas, sobretudo,
porque a atividade de “tarefeiro” não gera sinergias, nem a proximidade
necessária aos doentes.
Subversão do
sistema: Ausência de carreiras, falta de equidade
no valor da hora extraordinária; contratos individuais de trabalho com 18h de
urgência semanais. Sugerem-se, entre outras medidas: articulação entre cuidados
hospitalares, primários e continuados; "valorização fiscal" para as
famílias socialmente responsáveis que assumam a posição de garante e cuidador
dos seus idosos; novos horários em centros de saúde estrategicamente localizados, entre outros.
Elza Pais, João carlos, Carlos Daniel, Acácio Pinto
Carlos Daniel, Acácio Pinto