quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Défice em 2,3%. Até parece que não é importante!!!

No 1º debate quinzenal na AR da República o 1º Ministro deu a notícia mais relevante de todas: "o défice de 2016 ficará em 2,3%". No entanto a TSU dominou as intervenções ( e não desvalorizo o tema). 
Mas, sabendo como se sabe, que a diminuição do défice é um sinal vital para os mercados e, sabendo como se sabe, que foi conseguido a par da reposição de salários, pensões e reformas, num contexto de crescimento do PIB, em linha com o resto da Europa, e com uma diminuição real do desemprego, não se entende muito bem a pouca atenção dada à novidade do 1º Ministro.
Ou talvez se perceba. À direita, a aposta está em que tudo corra mal. Fraca alternativa! E à esquerda, perante a subida do PS ao limiar da maioria absoluta, há que explorar todos os "nichos de mercado" para que os parceiros da coligação segurem o seu eleitorado. 
Não há dúvida de que em 2016 as coisas correram bem ao Governo e ao país, tal como concluiu o Presidente da República.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

(Opinião) Mário Soares

Foi a figura mais notável do século XX. Fundador da democracia portuguesa e do Partido Socialista, pagou bem caro a sua luta pela liberdade. A prisão e o exílio nunca abalaram as suas convicções e nunca deu tréguas à ditadura. E nesses tempos difíceis, e sempre, nunca lhe faltou o apoio da sua extraordinária mulher, Maria de Jesus Barroso.
Destruiu a ideia de Salazar de um país “orgulhosamente só” para integrar Portugal na Europa e no mundo, devolvendo às pessoas o exercício total da sua cidadania, consagrada em todos estados de direito e democráticos.
Combateu o analfabetismo, garantiu o acesso à Justiça e à Saúde, fundou as bases do poder local democrático e entregou às pessoas, através dos seus legítimos representantes, a responsabilidade pelo desenvolvimento das suas freguesias e concelhos.
Conheci-o no 25 de Abril, na minha juventude, cresci como homem sob o seu exemplo e nunca lhe faltei com o meu apoio até aos dias de hoje. À época, em 74/75, Álvaro Monteiro, Armando Lopes, Almeida Henriques, Jorge Teixeira, Adolfo Amaro, Lino Moreira Rodrigues e tantos outros constituíram, a sua base de apoio em Viseu e fundaram aqui o Partido Socialista com sede na conhecida Rua do Comércio.
Lembro-me no dia em que, de manhã muito cedo, estive pela primeira vez em sua casa, a acompanhar Álvaro Monteiro, com o objetivo de recolher a sua assinatura para formalizar as candidaturas pelo distrito de Viseu.
E aqui esteve, em Viseu, quando o Governo se deslocou para norte a fim estruturar, com êxito, a luta contra a tentativa totalitária do PCP. E daqui saí numa camioneta de carreira, meia cheia (terra difícil) para avançar para a Fonte Luminosa no 19 de julho e dar, com os meus camaradas, o nosso contributo para a defesa da democracia. A Mário Soares fica aqui o meu reconhecimento pela liberdade que temos e a democracia que somos.

JC 2016.01.9