quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

(Opinião) Um 2017 tão estimulante como 2016

É preciso recuar no tempo, muito, para encontrar um ano tão motivador como o de 2016. O país conheceu uma nova solução governativa, à esquerda, com os improváveis BE e PCP a assegurarem ao PS uma estabilidade assente numa maioria parlamentar coesa.
O país e a nossa democracia têm beneficiado com isso. Creio que todos estamos a aprender muito, nomeadamente o atual “establishment europeu. António Costa bem pode dobrar o ano com o sorriso próprio de quem tornou possível o improvável. E, na zona de conforto que construiu, o papel do Presidente da República tem sido decisivo.
Marcelo Rebelo de Sousa revelou-se um congregador de vontades, vê esperança onde outros só encontram pessimismo, antecipa sucessos onde outros esperam a chegada do diabo, tem construído pontes por cima das querelas. O PR e António Costa demonstraram bem o que é cooperação institucional genuína e que em democracia não há caminhos únicos.
Passos Coelho ficou refém da sua própria estratégia e arrastou consigo o PSD. E que oposição poderá fazer um líder tão comprometido? Portugal sai finalmente do procedimento por défice excessivo, terá um crescimento acima das previsões dos organismos nacionais e internacionais, o desemprego diminuiu, as importações registam um desempenho recorde e a economia conta mesmo com o maior excedente comercial de sempre.
Paralelamente, a autoestima dos portugueses está em alta. Têm mais rendimentos, o país é campeão europeu de futebol, os atletas em várias modalidades atingiram um êxito internacional invejável, o turismo bate todas as expetativas, a Web Summit Lisboa é um êxito que se continua e, entre muitos outros factos notáveis, António Guterres acaba de assumir institucionalmente o cargo de Secretário Geral da ONU. Que 2017 seja tão estimulante como 2016!

Jornal do Centro 2016.12.12