terça-feira, 17 de janeiro de 2017

(Opinião) Mário Soares

Foi a figura mais notável do século XX. Fundador da democracia portuguesa e do Partido Socialista, pagou bem caro a sua luta pela liberdade. A prisão e o exílio nunca abalaram as suas convicções e nunca deu tréguas à ditadura. E nesses tempos difíceis, e sempre, nunca lhe faltou o apoio da sua extraordinária mulher, Maria de Jesus Barroso.
Destruiu a ideia de Salazar de um país “orgulhosamente só” para integrar Portugal na Europa e no mundo, devolvendo às pessoas o exercício total da sua cidadania, consagrada em todos estados de direito e democráticos.
Combateu o analfabetismo, garantiu o acesso à Justiça e à Saúde, fundou as bases do poder local democrático e entregou às pessoas, através dos seus legítimos representantes, a responsabilidade pelo desenvolvimento das suas freguesias e concelhos.
Conheci-o no 25 de Abril, na minha juventude, cresci como homem sob o seu exemplo e nunca lhe faltei com o meu apoio até aos dias de hoje. À época, em 74/75, Álvaro Monteiro, Armando Lopes, Almeida Henriques, Jorge Teixeira, Adolfo Amaro, Lino Moreira Rodrigues e tantos outros constituíram, a sua base de apoio em Viseu e fundaram aqui o Partido Socialista com sede na conhecida Rua do Comércio.
Lembro-me no dia em que, de manhã muito cedo, estive pela primeira vez em sua casa, a acompanhar Álvaro Monteiro, com o objetivo de recolher a sua assinatura para formalizar as candidaturas pelo distrito de Viseu.
E aqui esteve, em Viseu, quando o Governo se deslocou para norte a fim estruturar, com êxito, a luta contra a tentativa totalitária do PCP. E daqui saí numa camioneta de carreira, meia cheia (terra difícil) para avançar para a Fonte Luminosa no 19 de julho e dar, com os meus camaradas, o nosso contributo para a defesa da democracia. A Mário Soares fica aqui o meu reconhecimento pela liberdade que temos e a democracia que somos.

JC 2016.01.9

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