(Joana Pereira Bastos) |
Votação
na Grécia já começou e decorre até as 19h00 locais (17h00 em Portugal). No
berço da democracia, não há um boletim de voto. Há 20.
No
dia em que nove milhões de gregos são chamados a votar, a Renascença está a
acompanhar a votação em Atenas onde encontrou Anton, um homem na casa dos 50
anos. Acordou bem cedo e não perdeu tempo para se deslocar à escola primária de
Dafni, bem no centro da capital helénica.
Um
gesto que devia ser repetido por todos os gregos, porque constitucionalmente o
voto é obrigatório. Mas ninguém leva esta obrigação muito a série. Até porque o
incumprimento não tem qualquer consequência. Não há qualquer sanção para quem
não o cumpre.
Em
conversa com a Renascença, Anton mostra-se crente que que o interesse europeu
nas eleições gregas é motivado por o seu país continuar a pertencer à “nação
Europa”.
Ainda
assim acredita que estas eleições vão mudar algo no país, mas crê ainda que a
mudança ultrapassará as fronteiras da Grécia.
“Acredito
que sim, que vai mudar. Mas isso depende de várias coisas. O interesse [nestas
eleições] justifica-se pelo facto de a Grécia e a Europa pertencerem à mesma
Nação”, diz à Renascença este grego.
Anton
sai da assembleia de voto. Não saí apenas com um boletim, tem uma resma de
papel nas mãos. Sim, na Grécia, não há um boletim de voto. Há 20, um por cada
um dos 19 partidos concorrentes, mais um para os que queiram votar em branco.
O
eleitor escolhe o papel do partido preferido que contém uma lista de nomes com
os candidatos a deputados. Desse conjunto faz uma cruz em quatro.
O
processo continua com a colocação do papel escolhido num envelope que se insere
na urna. Quanto aos restantes 19 têm um final comum, vão para o lixo.
A
votação decorre até às 19h00 locais, mais duas horas do que em Portugal. Estas
eleições que prometem ser históricas na Grécia, pois marcam uma escolha
decisiva: uma continuidade menos austera ou a promessa de um novo rumo.
Em
Atenas, o dia nasceu solarengo com 15 graus de máxima, e tudo está a correr até
este momento dentro da normalidade democrática no país onde a palavra foi
inventada. ( Ricardo Conceição, em Atenas)
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