Os deputados do
PS eleitos por Viseu, no âmbito de uma segunda ação dedicada à saúde, concluída
esta semana, constataram o seguinte:
O clima nacional
de desorientação do governo na área da Saúde reflete-se em todos os setores, incluindo
o das urgências, como publicamente é reconhecido.
A ausência de reformas,
nomeadamente a da articulação dos cuidados hospitalares, primários e
continuados, bem como os cortes nos recursos humanos, medicamentos, material ou
na logística, permite compreender a desqualificação progressiva do SNS.
Lembra-se que até 2014 os cortes excederam em 61% o que fora acordado
inicialmente com a “Troika”.
A inexistência
da reforma hospitalar, sempre prometida e permanentemente adiada, tipifica bem
a incapacidade de realização, previsão e planeamento do ministério da Saúde. As
consequências atingem o INEM cujo presidente acaba de manifestar a necessidade
de autonomia na contratação de recursos técnicos.
O “espartilho”
imposto nos nossos dias, pelo governo, no que respeita à prontidão das equipas
implica que o INEM para dar resposta a um qualquer episódio tem de subtrair às
urgências os técnicos que nelas se encontram em atividade, interrompendo-a.
É importante
sublinhar ainda, neste contexto, que o recurso às empresas de trabalho
temporário para os diferentes atos médicos destrói o espírito de equipa de qualquer
unidade de saúde, também em Viseu, para além da iniquidade retributiva
existente. Não fora a dedicação ou o espírito de entrega dos profissionais e a
situação seria bem pior.
Por último, é do
conhecimento da tutela que nas urgências do hospital central em Viseu são
necessárias obras de fundo que aumentem o espaço existente, não só para
viabilizar a eficiência do trabalho dos técnicos, mas também para oferecer aos
doentes e familiares a dignidade e segurança de atendimento que lhes são
devidas. É uma prioridade reconhecida por todos, nomeadamente pelo próprio
Conselho de Administração.
Neste contexto,
os deputados do PS abaixo assinados, perguntam ao senhor ministro da Saúde, nos
termos constitucionais e regimentais em vigor, o seguinte:
1.
Tem
o ministro da Saúde conhecimento pleno do imperativo das obras na urgência do centro
hospitalar em Viseu?
2.
Sabe
que os constrangimentos atuais não permitem no centro hospitalar o atendimento
desejado pelos profissionais, bem como a dignidade plena devida aos utentes e condiciona
a resposta do INEM, facto que só a dedicação dos seus elementos permite
ultrapassar?
3.
Para
quando a cabimentação e autorização necessárias para a realização das referidas
obras?
4.
Tem
o governo intenção de autonomizar ao INEM a contratação dos recursos humanos
necessários que viabilizam uma resposta segura e eficiente?
5.
Para
quando a divulgação pública dos sucessivos inquéritos aos óbitos nas urgências
que o senhor ministro vem anunciando, desde dezembro de 2012?
Os deputados
José Junqueiro, Elza Pais e Acácio Pinto
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