Ninguém pode perceber o ponto em que estamos. O CDS tem uma história e um passado que dificilmente torne perceptível que esteja amarrado a um período de instabilidade e incerteza sem nenhuma declaração política forte sobre a situação.
A realização do congresso [ainda não sabia que poderia ser adiado] é uma coisa incompreensível, não vendo que utilidade possa ter sem se conhecer a solução governativa. As razões e o gesto do líder do CDS são difíceis de compreender e seria útil separarem-se da posição política do partido; o CDS precisa de declarações próprias dos seus orgãos e dirigentes para saber qual o seu compromisso.
Só um partido que não está preparado para nenhuma mudança é que manda um ministro que se demitiu negociar com o PM de quem escreveu aquela carta.
Não podemos apreciar o comportamento de Passos e Portas sem falar também do PR: por quem passam as soluções, por ser uma situação vexatória para ele (que assumiu o compromisso de suportar este governo e foi traído) e sendo impensável esperar que o PR confie numa solução estranha, de avanços e recuos.
O que foi destruído entretanto foi a confiança das pessoas em tudo isto. O CDS - e Portas - não pode apresentar-se como vítima, escrevendo cartas assassinas. O dano é muito difícil de recuperar. Depois disto, está com muita dificuldade em imaginar uma solução credível que não seja através de eleições.
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