Toda a gente sabe que não é possível consolidar as contas públicas em recessão e que não é possível alcançar os valores do défice, não fazendo sentido arranjar mais medidas para o fazer.
Considera que há aqui uma encenação, um dramatismo, que não tem nenhum sentido, não jogando um momento de distensão (no regresso aos mercados, nos indícios sobre crescimento, no próprio discurso do PM) com termos que fazer tais coisas que o anulam, medidas que seriam de tal forma recessivas como ainda não foram até agora; não jogando uma coisa com a outra, só consegue percebê-lo como um dramatismo. No mínimo, deve corresponder a uma crença do MF (e que só ele tem), querendo tomar estas medidas enquanto a troika está cá e não acreditando que a troika tenha querido impô-las estando isto como está.
Rebentar com 10% do rendimento dos pensionistas não é fazer uma convergência; temos que atingir a consolidação das contas públicas por via do crescimento e não por este tipo de medidas. Isto não é reformar o país, é pôr o país numa situação em que fica insusceptível de ser reformado. O problema da austeridade pura e dura vai acabar quando for a França a precisar de aplicá-la, ninguém imaginando que o vá fazer.
Acha extraordinário que ao fim de 2 anos em que temos tomado medidas fortes, lesivas em alguns aspectos (como o desemprego) e também em relação à FP, precisemos de outro relatório (OCDE), perguntando se as medidas têm sido medidas soltas e se agora é que precisamos de um plano. Não sabe porque são 50 ou 60 ou 40 mil os FP que o governo quer que saiam, é preciso haver um plano.
Tem receio de que nós ainda vamos ser o grande exemplo do país que fez tudo e não conseguiu resultado nenhum, o exemplo do que não deve ser feito. E que ainda venham a dizer que as ideias foram nossas.
A preocupação do PR (é assim que interpreta a sua expressão sobre a Nossa Senhora de Fátima) é discutir o que interessa ao país, o pós-troika, e não a 7ª avaliação ou as aposentações, para mostrar ao país o que vamos fazer para sairmos daqui.
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