Foi
a figura mais notável do século XX. Fundador da democracia portuguesa e do
Partido Socialista, pagou bem caro a sua luta pela liberdade. A prisão e o exílio nunca abalaram as suas convicções e nunca deu tréguas à ditadura. E
nesses tempos difíceis, e sempre, nunca lhe faltou o apoio da sua
extraordinária mulher, Maria de Jesus Barroso.
Destruiu
a ideia de Salazar de um país “orgulhosamente só” para integrar Portugal na
Europa e no mundo, devolvendo às pessoas o exercício total da sua cidadania,
consagrada em todos estados de direito e democráticos.
Combateu
o analfabetismo, garantiu o acesso à Justiça e à Saúde, fundou as bases do
poder local democrático e entregou às pessoas, através dos seus legítimos
representantes, a responsabilidade pelo desenvolvimento das suas freguesias e
concelhos.
Conheci-o
no 25 de Abril, na minha juventude, cresci como homem sob o seu exemplo e nunca
lhe faltei com o meu apoio até aos dias de hoje. À época, em 74/75, Álvaro
Monteiro, Armando Lopes, Almeida Henriques, Jorge Teixeira, Adolfo Amaro, Lino
Moreira Rodrigues e tantos outros constituíram, a sua base de apoio em Viseu e
fundaram aqui o Partido Socialista com sede na conhecida Rua do Comércio.
Lembro-me
no dia em que, de manhã muito cedo, estive pela primeira vez em sua casa, a
acompanhar Álvaro Monteiro, com o objetivo de recolher a sua assinatura para
formalizar as candidaturas pelo distrito de Viseu.
E
aqui esteve, em Viseu, quando o Governo se deslocou para norte a fim
estruturar, com êxito, a luta contra a tentativa totalitária do PCP. E daqui
saí numa camioneta de carreira, meia cheia (terra difícil) para avançar para a
Fonte Luminosa no 19 de julho e dar, com os meus camaradas, o nosso contributo
para a defesa da democracia. A Mário Soares fica aqui o meu reconhecimento pela
liberdade que temos e a democracia que somos.
JC
2016.01.9
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