É
preciso recuar no tempo, muito, para encontrar um ano tão motivador como o de
2016. O país conheceu uma nova solução governativa, à esquerda, com os
improváveis BE e PCP a assegurarem ao PS uma estabilidade assente numa maioria
parlamentar coesa.
O
país e a nossa democracia têm beneficiado com isso. Creio que todos estamos a
aprender muito, nomeadamente o atual “establishment europeu. António Costa bem
pode dobrar o ano com o sorriso próprio de quem tornou possível o improvável. E,
na zona de conforto que construiu, o papel do Presidente da República tem sido
decisivo.
Marcelo
Rebelo de Sousa revelou-se um congregador de vontades, vê esperança onde outros
só encontram pessimismo, antecipa sucessos onde outros esperam a chegada do
diabo, tem construído pontes por cima das querelas. O PR e António Costa
demonstraram bem o que é cooperação institucional genuína e que em democracia
não há caminhos únicos.
Passos
Coelho ficou refém da sua própria estratégia e arrastou consigo o PSD. E que
oposição poderá fazer um líder tão comprometido? Portugal sai finalmente do procedimento
por défice excessivo, terá um crescimento acima das previsões dos organismos
nacionais e internacionais, o desemprego diminuiu, as importações registam um
desempenho recorde e a economia conta mesmo com o maior excedente comercial de
sempre.
Paralelamente,
a autoestima dos portugueses está em alta. Têm mais rendimentos, o país é
campeão europeu de futebol, os atletas em várias modalidades atingiram um êxito
internacional invejável, o turismo bate todas as expetativas, a Web Summit
Lisboa é um êxito que se continua e, entre muitos outros factos notáveis,
António Guterres acaba de assumir institucionalmente o cargo de Secretário
Geral da ONU. Que 2017 seja tão estimulante como 2016!
Jornal do Centro 2016.12.12
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