Deveria ser, mas não é. Pelo contrário, é um assunto muito sério.
O banco público deveria estar resguardado de qualquer polémica. Infelizmente está na ordem do dia pela polémica. O governo, nesta matéria, falhou politicamente.
Parece mesmo uma história de meninos. Tentar aumentar de 11 para 19 o numero de administradores não lembraria a ninguém, sobretudo quando PS disse o que disse do governo anterior quando este também passou de 7 para 11 o conselho de administração. Foi preciso um travão vindo de fora para resolver a questão.
Depois, pagar aos administradores do banco público tanto como no privado - e mais do que aos seus antecessores - foi outro erro. E a justificação é um erro bem maior.
Diz o primeiro-ministro que se justifica, porque a Caixa não pode falhar. Mas pagar muito a alguém significa competência, boa gestão, bons resultados? Basta olhar para o que se passou no BCP, no BPN, no BES, no BPP, entre outros, ou em empresas bem conhecidas do público para obter a resposta. Os ordenados chocantes dos gestores não evitaram gestão danosa, despedimento de bancários, ruína dos clientes e encargos para todos os cidadãos do país.
Finalmente, o erro mais fraturante: recusar a declaração pública dos interesses de cada um dos administradores. Era o que mais faltava! O que é exigido a todos os titulares dos órgãos de soberania, a todos os autarcas, a todos quantos desempenham na administração pública lugares de especial responsabilidade, não poderia nunca ser exceção na Caixa Geral de Depósitos.
Um dia escrevi que o governo anterior poderia cair pelas tentativas de privatização da CGD. Hoje sou obrigado a constatar que o governo, tal como o anterior, se não arrepiar caminho, arrisca-se a ter o primeiro rombo sério no porta-aviões.
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