(Opinião - JJ) O Governo está a tentar rever as metas de um orçamento que ainda não apresentou, o OE 2014. Vítor Gaspar conhece bem o que todos parecem ignorar ou disfarçar no Executivo: uma degradação ainda maior da situação económica, já de si decadente.
O PM sabe que não tem soluções e percebeu que fez duas opções erradas: ter derrubado um governo sem ter uma alternativa e escolher um caminho sem saída, o da austeridade sobre austeridade.
Ninguém paga a ninguém com o dinheiro que não tem. Sem crescimento não há futuro. Sabendo-se, como hoje se sabe, em consciência, que a crise era internacional e que todos os países viriam a cair, principalmente pelos erros de uma
Europa que é uma caricatura de si mesma, foi fatal para o país o PSD e o CDS sucumbirem à tentação de derrubar o futuro.
Europa que é uma caricatura de si mesma, foi fatal para o país o PSD e o CDS sucumbirem à tentação de derrubar o futuro.
A argumentação com o passado está esgotada e, sobre esse passado, já o PM deu conta que o pior dos erros foi prometer o impossível, enganando tudo e todos, começando por si próprio. Isto de qualquer um poder chegar a PM tem que se lhe diga.
Uma coligação em que o parceiro CDS é, ao mesmo tempo, parceiro e oposição, é como "ser e não ser", um paradoxo. Paulo Portas, diz-se, é muito inteligente, mas, a ser verdade, como é que alguém com tal dote caiu num abismo que também construiu, mesmo a 12% de responsabilidade, como gosta de se sacudir?
O país, infelizmente, já não espera nada do Presidente da República, a não ser o fim do seu mandato. Todos sentimos saudades de voltar a ter um Presidente da República, a sério. Isto não deveria ter acontecido, mas aconteceu. Parece-me que, com mais um corte de 4,7 mil milhões o povo vai sair à rua e vai resolver. E o que isso possa vir a significar, ninguém diga que sabe.
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