terça-feira, 3 de novembro de 2015

(DN) João Marcelino - Hoje escrevo sobre Francisco Assis

No Termómetro do Ponto 3, hoje, escrevo sobre Francisco Assis. Olhando para trás percebe-se melhor o presente.
"Francisco Assis tem um longo historial de independência no PS.
Em 2003, teve de correr à frente de militantes socialistas em fúria pelas ruas de Felgueiras. No exercício do cargo de presidente da distrital do Porto, atrevera-se a retirar a confiança política à autarca local, Fátima Felgueiras, então a contas com vários processos judiciais.
Em 2011, não concordava com a ‘narrativa’ do PSD dos últimos anos do Socratismo. E como António Costa não queria ainda abandonar Lisboa, foi ele o eleito para defender as virtualidades do passado recente face ao criticismo silencioso de António José Seguro.
Em 2014, no congresso do PS, o da aclamação de Costa, já Assis se sentia incomodado com o esquerdismo à volta do novo secretário-geral. A sua voz foi atirada para fora do horário nobre fruto de declarações feitas por aqueles dias – e, em protesto, Assis abandonou o conclave, faltando à sessão de encerramento. Estava contra os “discursos de fantasia de esquerda”, não subscrevia o clamor contra a União Europeia.
Agora, mais uma vez, Francisco Assis atreve-se a pensar pela sua cabeça. Quer que fique registado que não acredita neste entendimento com Bloco e CDU. Considera-o perigoso, para o partido e para o País.
Não sei se Assis terá razão. O futuro o dirá. Mas numa sociedade onde abunda o calculismo, o interesse, é bom assinalar a existência de pessoas que acreditam no que defendem e defendem o que acreditam. 
Para baterem palmas e esperarem sinecuras já temos que chegue. E veja-se como o PS calou as outras vozes de protesto mal o governo de esquerda deixou de parecer uma visão distante."

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