Quando
os presidentes nos orgulham
O mandato de um Presidente da República que cessou funções prolonga-se
sempre para além do seu termo. Foi assim que aconteceu e acontece com Mário
Soares ou, entre outros, antigos presidentes norte americanos, Carter, Bush ou
Clinton.
A sua magistratura de influência, por iniciativa própria ou dos seus países,
continua-se na diplomacia internacional e em causas universais decisivas. É o
que está a acontecer com Ramalho Eanes e Jorge Sampaio.
O primeiro, Ramalho Eanes, será distinguido em 25 de novembro próximo, em
Manila. Receberá o “Prémio Gusi 2015” com base na sua "contribuição única para a criação de uma paz duradoura, a nível nacional e
internacional, nomeadamente no conjunto dos países de língua portuguesa".
Esta distinção da Fundação Gusi Peace
Prize é considerada o “Prémio Nobel da Ásia” cujo
nome é uma “homenagem
ao capitão Gusi, combatente da II Guerra Mundial, líder político e defensor dos
direitos humanos nas Filipinas”.
O segundo, Jorge Sampaio, recebeu o “Prémio Nelson Mandela que é atribuído de cinco em cinco anos a um homem e a uma mulher que se distinguiram nas
suas áreas respeitando os ideias defendidos pelo ex-presidente sul-africano”.
Assim, a sua luta
pela defesa da democracia, a sua ação contra o combate à tuberculose
(2006-2012), enquanto enviado especial da ONU ou o seu recente protagonismo na
criação de um programa de bolsas para estudantes sírios deslocados de um país envolvido
numa sangrenta guerra civil, de inelutáveis repercussões internacionais,
valeram-lhe o reconhecimento público.
Lembro que ao
tempo de exercício dos seus mandatos os portugueses tributaram-lhes sempre nota
positiva pelos respetivos desempenho, sempre superior a 50%, contrariamente ao
que acontece com Cavaco Silva. É esta a consequência pública quando os
presidentes nos orgulham.
Jornal do Centro 2015.07.26
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