Portanto, vamos
lá dizer o que pensamos!
Manter a campanha
eleitoral viva durante este mês de agosto é tarefa difícil apara qualquer um.
Números do desemprego, pseudo estágios e falso emprego, sustentabilidade da
segurança social, devolução ou não em 2016 da sobretaxa que pagamos a mais ou
desencontro entre a UTAO e o Governo nos números da receita fiscal são, entre
muitas, as notícias que ocupam a comunicação social.
Este é um tempo de
propostas mensuráveis e exequíveis para as grandes questões nacionais, mas é a
oportunidade para regionalmente os partidos dizerem ao que vão, devidamente
sintonizados com as respetivas direções nacionais. Que não se prometa o que não
se cumpre!
Ora, aqui, há um
espaço vazio. Uma coisa, agora, são os anúncios de obras que o Governo nem tão
puco estudou durante quatro anos. Outra é o património que nesse mesmo tempo as
oposições construíram, responsavelmente, sobre o futuro nos seus distritos
lembrando mesmo as posições públicas que tomaram.
Qual é, por exemplo,
a defesa concreta que os partidos assumem sobre a estratégia ferroviária e,
nesta, a localização em Viseu de uma estação? O mesmo se pergunta sobre os
corredores rodoviários e, mais ainda, qual o pensamento para a articulação
multimodal que capacite o tecido empresarial da região? E as ligações dos
concelhos entre si e aos eixos principais?
No domínio fiscal e
no quadro dos estímulos à economia quais as medidas que devem ser defendidas
para a realidade do nosso distrito, que cooperação deve ser assumida com o poder
local e que destaque deve ser dado ao seu papel no desenvolvimento da
diplomacia económica?
Quais são os eixos
estruturantes de desenvolvimento que devem ocupar a atenção daqueles que
participam ou deveriam participar na vida pública? Quem vai falar na alteração
dos coeficientes de localização, nomeadamente para a indústria? Que politicas
para o conhecimento e inovação? Que papel para as “startups” na região? Co mo
capacitamos os nossos recursos endógenos?
E a estratégia para a
saúde, a educação ou a justiça num espírito de cooperação supramunicipal e inter-regional?
Que novas políticas para a reforma do Estado e a aproximação dos serviços aos
cidadãos?
Que políticas sociais
se pretendem ver defendidas separando definitivamente a caridade da direita da
solidariedade da esquerda? Como é que isso se diz e faz com clareza? O que
fazer num distrito onde vive o maior número de idosos em isolamento?
Estas questões fazem
parte de um debate mais amplo que pode fazer a diferença nas escolhas locais.
Sei que o mais relevante é a decisão sobre o próximo primeiro-ministro. Essa é
a mais mobilizadora para o país, mas regionalmente há um “upgrade” político que
pode fazer toda a diferença. E essa constrói-se pelo exemplo, pelo património
construído, pela exposição pública do que pensam aqueles em que também vamos
votar. Há quem o tenha feito e há quem tenha preferido o silêncio. Portanto,
vamos lá dizer o que pensamos!
Dv
2015.08.05
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