Para o primeiro-ministro, no essencial, o Estado está "bem e recomenda-se", sem Passos Coelho ter problema algum "de interpretação da realidade", (...) o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, defendeu que o "Estado social está livre do seu maior inimigo que é o Estado falido" e sairá reforçado nos próximos anos.
Educação - Às várias críticas da oposição, Passos Coelho respondeu que "a escola pública está forte e recomenda-se".
Eis algumas das mais importantes questões
colocadas e respostas dadas por Passos Coelho (entre muitas que ficaram por
responder).
Saúde - "E o mesmo se passa com o Serviço Nacional de Saúde", disse o primeiro-ministro. Os cuidados de saúde "melhoraram".
O PCP, por sua vez, tinha acusado o Governo
de "cortar na saúde à custa dos portugueses" nestes quatro
anos.
"Este
Governo é responsável pelo aumento dos custo na Saúde, das taxas moderadoras,
este Governo enganou os portugueses com uma promessa que não cumpriu: a
atribuição de um médico de família a todos os portugueses", apontou a
deputada Carla Cruz.
(Des)emprego, pobreza, desigualdades
"Não podemos manter indefinidamente"
subsídios de desemprego, defendeu Passos Coelho,
admitindo: "Não me vanglorio de pagar menos subsídios de
desemprego."
O PS tinha insistido muito neste tema, no tempo
deixado para perguntas, na segunda ronda. Pedro Delgado Alves (PS) acusou
o Governo de "mentir cirurgicamente" sobre o emprego e as
desigualdades. "O Governo mente quando diz que não houve aumento do
desemprego e das desigualdades. [...] Ao fim de quatro anos não vale a pena
fingir que estes anos não existiram. A página vai virar"
José Junqueiro acusou a equipa de Passos Coelho
de insensibilidade social. "O Governo gaba-se de pagar menos
subsídios de desemprego, não porque há menos desemprego, mas porque o Governo
abandonou as pessoas à sua sorte."
Eurídice Pereira disse mesmo que o país está à
beira de uma "bancarrota social", destacando o problema do desemprego
que obrigou os jovens a sair do país.
Pobreza
Rita Rato (PCP) considera que a pobreza do
país devia fazer Passos Coelho corar de vergonha.
"O
primeiro-ministro devia corar de vergonha quando uma em cada 10 crianças está
em privação material severa."A deputada comunista criticou os apelos à
emigração do Governo, destacando os "jovens que saíram do país" e de
que o país sentirá falta nos próximos anos."Os jovens têm o direito de ser
felizes no sue país."
Classe média
O impacto da austeridade sobre a classe média
foi também muito vincado.
"A classe média é um amortecedor das
crises. A recuperação da classe média será uma realidade", prometeu o
chefe de Governo.
Justiça - Ao colapso do programa informático que suporta os tribunais, o Citius, recordado pela oposição, Passos Coelho centrou-se na reforma em si: "Orgulho-me da maior reforma feita desde o 25 de Abril"
Filipe Neto Brandão (PS) tinha destacado
igualmente o encerramento de vários tribunais, para dizer que o legado do
Governo nesta matéria é o de "um país desigual" no acesso à Justiça.
Cortes na função pública e
pensões
O primeiro-ministro
insistiu que os cortes são "temporários". "E é exatamente nesses
termos que estão a ser tratados e estão a ser progressivamente removidos"
Promessas
"A minha mais importante promessa foi
cumprida: cumprir o memorando de entendimento e livrar Portugal do resgate
externo"
Mariana Mortágua (BE) tinha acusado o
primeiro-ministro de ter falhado no que prometeu antes de se tornar
primeiro-ministro: "Que enorme fraude", afirmou. E deu um
exemplo: "Ainda se lembra quando prometeu que o BES não ia ter custos
para os contribuintes?"
Jorge Machado
(PCP) recordou as declarações de Passos quando se candidatou a
primeiro-ministro para dizer que o chefe do Executivo fez "exatamente o
contrário" do que prometeu. "Dizia que o país não precisava de
mais austeridade. Mas agora diz que existem bolsas de pobreza. O Governo foi o
responsável pelo agravamento da pobreza" (...)
Sem comentários:
Enviar um comentário