Sampaio recebeu o Prémio Mandela: “Dedico esta aclamação ao meu país e aos meus concidadãos. Os portugueses são bravos”
Antigo Presidente da República foi distinguido pelo seu trabalho em prol da defesa da democracia e enquanto enviado especial da ONU na luta contra a tuberculose, entre 2006 e 2012
Jorge
Sampaio recebeu esta sexta-feira o Prémio Nelson Mandela na sede da ONU, em
Nova Iorque, no âmbito das comemorações do Dia Internacional Nelson Mandela,
que se assinalou a 18 de julho.
“Não há palavras para
expressar os meus sinceros agradecimentos por esta alta distinção. No entanto,
sinto que este prémio não foi dado a mim enquanto homem, mas pelo trabalho que
eu e tantos outros conquistámos juntos ao longo das nossas vidas”, declarou Jorge
Sampaio.
O antigo Presidente da
República foi distinguido pelo seu trabalho em prol da defesa da democracia
enquanto enviado especial da ONU na luta contra a tuberculose, entre 2006 e
2012, e mais recentemente no seu envolvimento no programa que atribui bolsas a
estudantes sírios.
“Este prémio só me é
confiado”, disse Jorge Sampaio, apontando para os indivíduos que teve
oportunidade de trabalhar, elogiando o seu “trabalho”, “dedicação” e “sentido
de responsabilidade”.
Falando dos tempos de
estudante, Sampaio recordou o “medo” e a “repressão” durante a ditadura, numa
altura em que “Portugal estava isolado e banido das organizações europeias e de
outros fóruns democráticos”, antes da revolução de 1974.
“Devo dedicar esta aclamação
ao meu país, assim como aos meus concidadãos. Os portugueses são um povo bravo,
generoso, resiliente. São tolerantes, de mente aberta e com espírito de
cooperação”, acrescentou.
Sampaio defendeu ainda que a
Humanidade enfrenta tempos “difíceis” e “negros” face ao crescente descrédito
na política e na democracia em vários países desenvolvidos e a emergência de
novas formas de autoritarismo e de fundamentalismo, que conduzem a ações
terroristas, um caminho oposto aos ideais de justiça, liberdade e paz
defendidos por Nelson Mandela.
Esta sexta-feira de tarde
também a oftalmologista namibiana Helena Ndume foi agraciada com uma distinção
por ter ajudado cerca de 30 mil pessoas a recuperar a visão no país.
O Prémio Nelson Mandela é
atribuído de cinco em cinco anos a um homem e a uma mulher que se distinguiram
nas suas áreas respeitando os ideias defendidos pelo ex-presidente
sul-africano. ( LILIANA COELHO)
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