sexta-feira, 8 de maio de 2015

(Opinião DV) A maioria não quer o debate e não tem agenda

“Agenda para a Década” é o compromisso político que o PS pretende materializar para redirecionar o país no sentido do crescimento, do emprego e da coesão social.
Para o efeito, há que ter a coragem de não prometer o que não será possível realizar, tal como fez o atual primeiro-ministro e a maioria que o apoia durante a campanha eleitoral.
O secretário-geral do PS, António Costa, tem uma estratégia concreta e a apresentação pública de um quadro macroeconómico pensado por um grupo de reputados economistas, coordenados por Mário Centeno, é o exemplo disso mesmo.
E, para a atual maioria, é tempo perdido tentar desvalorizar o trabalho feito, não só porque a opinião pública já ganhou a ideia de que, afinal, há uma alternativa ao caminho único da austeridade, como junto dos especialistas o documento foi recebido como credível, feito por pessoas de inelutável competência.
E a prova disso é que o próprio Presidente da República, Cavaco Silva, acaba de convidar Mário Centeno, o coordenador do projeto do PS, para intervir nos "Roteiros do Futuro", dedicado a "Portugal e os jovens", sobre a situação no mercado de trabalho.
Subitamente, sem que a coligação PSD/CDS contasse, o debate público passou a centrar-se sobre as propostas alternativas do PS. Este facto não só deveria inibir o Governo de uma reação de esbraseante e imprudente apoucamento como, pelo contrário, lhe deveria impor serenidade e contraditório.
E esta semana, no debate quinzenal, Ferro Rodrigues não perdeu a oportunidade e, pela segunda vez, invetivou Passos Coelho: "O dr. António Costa certamente aceitará um debate consigo em qualquer uma das televisões. Hoje repito esse desafio, porque é preciso debater politicamente as vossas e as nossas propostas".

O primeiro-ministro, receoso, respondeu fugindo à proposta: "Farei todas as discussões com o dr. António Costa, não tenho qualquer problema em relação a isso, teremos campanha eleitoral em Portugal, altura em que confrontaremos bem todas as nossas opiniões”. Fica clara a ideia de que a maioria não quer o debate e não tem agenda!

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