quinta-feira, 7 de maio de 2015

Rigor - PM diz que criou 130 mil empregos, mas esqueceu os 445 mil que destruiu

(JNeg - Nuno Aguiar) - (...) O primeiro-ministro decidiu puxar pelos galões (...) lembrou que o seu Governo foi responsável pela criação de quase 130 mil postos de trabalho 
(...) Na realidade, até agora, o saldo deste Executivo no capítulo do emprego é muito negativo, com a destruição de 300 mil empregos.
(...) Vamos por partes. Em primeiro lugar, nos últimos oito trimestres houve, de facto, criação de emprego. Não 130 mil como diz o primeiro-ministro, mas não muito longe: foram 123 mil, segundo o INE.
Mas essa não é a principal imprecisão dessas declarações. É que Passos Coelho não refere que antes desses oito trimestres de recuperação do mercado de trabalho há outros oito com sucessivas destruições de emprego.
Entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2013, 420 mil pessoas deixaram de trabalhar.  O que significa que os 123 mil empregos criados são menos de um terço dos destruídos no período anterior. Um saldo negativo de 298 mil.
Se quisermos ser ainda mais rigorosos com a data de início do mandato do actual do Governo, pode ser utilizado como ponto de partida o segundo trimestre de 2011, o último em que Passos Coelho não governou. Nesse caso, a destruição de emprego é ainda maior: menos 445 mil empregos nos dois anos seguintes.
José Sócrates – chamado ao debate pelo actual primeiro-ministro – também não tem um registo positivo no capítulo do emprego, com o desaparecimento de 230 mil postos de trabalho durante os seis anos em que governou o País(entre o primeiro trimestre de 2005 e o segundo trimestre de 2011, período em que houve duas quebras de séries do INE. Ainda assim, números menos negativos do que os do actual Governo (298 mil empregos). 


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