(JNeg - Nuno Aguiar) - (...) O primeiro-ministro decidiu puxar pelos
galões (...) lembrou que o seu Governo
foi responsável pela criação de quase 130 mil postos de trabalho
(...) Na realidade, até agora, o saldo deste
Executivo no capítulo do emprego é muito negativo, com a destruição de 300 mil
empregos.
(...) Vamos por partes. Em primeiro lugar, nos últimos oito trimestres houve, de
facto, criação de emprego. Não 130 mil como diz o primeiro-ministro, mas não
muito longe: foram 123 mil, segundo o INE.
Mas essa não é a principal imprecisão
dessas declarações. É que Passos Coelho não refere que antes desses oito
trimestres de recuperação do mercado de trabalho há outros oito com sucessivas
destruições de emprego.
Entre o primeiro trimestre de 2011 e o
primeiro trimestre de 2013, 420 mil pessoas deixaram de trabalhar. O que
significa que os 123 mil empregos criados são menos de um terço dos destruídos
no período anterior. Um saldo negativo de 298 mil.
Se quisermos ser ainda mais rigorosos com a data de início do mandato do actual
do Governo, pode ser utilizado como ponto de partida o segundo trimestre de
2011, o último em que Passos Coelho não governou. Nesse caso, a destruição de
emprego é ainda maior: menos 445 mil empregos nos dois anos seguintes.
José Sócrates – chamado ao debate pelo actual primeiro-ministro – também não
tem um registo positivo no capítulo do emprego, com o desaparecimento de 230
mil postos de trabalho durante os seis anos em que governou o País(entre o
primeiro trimestre de 2005 e o segundo trimestre de 2011, período em que houve
duas quebras de séries do INE. Ainda assim, números menos negativos do que os
do actual Governo (298 mil empregos).
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