émicaNão é uniforme a aplicação em toda a
Comunicação Social. Nas próprias bibliotecas escolares ainda não foram
retirados todos os livros antigos", disse à agência Lusa a presidente da
associação, (Paula Carqueja).
A docente alegou também que a nova grafia
não está consolidada nas famílias, nem em todas as publicações: "Os jovens
não leem só os manuais escolares. Ainda há muitos fatores que temos de ter em
consideração".
Para a ANP, este ano e apenas este ano, a
título excecional, deveria ser ainda permitida nas provas e exames a utilização
da grafia antiga. "Se pedimos aos jovens para lerem,
para estudarem, não podemos ter apenas em conta os manuais escolares",
disse.
No ano passado, foi já aplicada aos alunos
do 6.º ano a obrigatoriedade de usarem a nova grafia nas provas de final de
ciclo, uma medida que se aplica agora aos restantes exames (4.º ano, 9.º , 11.º
e 12.º), com o fim do período de transição de seis anos para a plena entrada em
vigor do AO.
Também a recém criada Associação Nacional
de Professores de Português (ANPROPORT) entende que por não estar consolidada
na sociedade portuguesa a nova grafia, "não é justo" exigir aos
alunos que usem apenas a versão estipulada no novo acordo.
A associação apoia, por isso, uma petição
que se encontra na Assembleia da República, para haver um prolongamento do
prazo de aplicação nos exames, especialmente do 12.º ano.
"Os alunos estão numa fase crucial da
sua vida", justificou António Fernando Nabais, presidente da associação
criada em janeiro e que entregou um parecer ao Ministério da Educação, neste
sentido.
Posição diferente tem a Associação de
Professores de Português (APP) para a qual, foi suficiente o debate e a
formação realizada ao longo dos últimos anos.
"Sabemos que há uma petição a pedir o
prolongamento do prazo, por causa dos exames do 12.º ano, e não vimos
inconveniente nisso, mas os professores já sabiam há muito tempo o que deviam
explicar aos alunos e ensinar as regras do novo acordo", afirmou a presidente
da APP Edviges Antunes Ferreira.
"Há cinco anos que se fala nisto, as
pessoas já deviam ter-se preparado", argumentou.
O acordo foi assinado em Lisboa em 1990 e
começou a ser adotado em 2009, sendo permitidas as duas grafias até 2015, ao
abrigo do período de adaptação de seis anos predefinido, indicando-se o dia 13
de maio de 2009 como a data de "depósito do respetivo instrumento de
ratificação".
A Confederação Nacional das Associação de
Pais (CONFAP) considera que as regras e exceções do novo acordo são demasiado
"confusas e complicadas", admitindo que os professores de outras
disciplinas e os alunos mais velhos, em particular, possam ter dúvidas.
"As escolas e as famílias foram-se
adaptando, a questão é se estamos de acordo ou não. Penso que a língua portuguesa
não ganhou muito", com a revisão do acordo, declarou o presidente da
CONFAP, Jorge Ascensão.
Para o representante dos pais, permanece a
dúvida sobre a utilidade do novo acordo. Jorge Ascensão recordou também que os
jovens leem livros e publicações que continuam seguir a antiga grafia, o que
"cria alguma confusão".
O novo acordo está a ser aplicado desde 01
de janeiro de 2012 nos documentos do Estado, em todos os organismos, serviços e
entidades na tutela do Governo, bem como no Diário da República."
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