Jean-Claude Juncker |
O número de desempregados na Europa é superior
a 22 milhões, sendo que a maior parte respeita aos países da zona Euro e atinge
particularmente os jovens. A UE que, até há poucos anos, era assumida como um
espaço de oportunidade tem vindo a gerar um sentimento coletivo de desconfiança
e a transformar-se numa ideia que suscita constrangimento.
Quem ainda quer acreditar que o futuro é
possível (e poderá ser melhor), quem quer renovar a esperança e encontrar
soluções, constata que as lideranças são frouxas, as respostas fracas e
inadequadas.
A austeridade generalizada foi eleita dogmaticamente
como estratégia única, mas hoje é o próprio o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude
Juncker, imagine-se, a realizar uma autocrítica, zurzindo mesmo a atuação da
“troika” e confessando que dela resultou falta de respeito para países e povos
como o nosso.
Acresce ainda, na atual conjuntura, a
incapacidade para tomar decisões competentes que permitam prevenir problemas
delicados. A Ucrânia é um bom exemplo de como a inação dos líderes europeus,
associada a uma visão estratégica deficiente, permitiu à Rússia continuar a
materializar o seu movimento expansionista. E a guerra está, assim, às portas
da Europa!
António Guterres, em entrevista a Teresa de Sousa, ao
ser questionado sobre a incerteza atual respondeu: “A Europa, em termos relativos, vai viver uma progressiva perda de
influência à escala mundial. Pode fazê-lo de forma desordenada e com um preço
muitíssimo mais elevado para os europeus, ou pode fazê-lo assumindo
colectivamente os seus valores e assumindo uma estratégia comum para aproveitar
ao máximo o que é ainda hoje um extraordinário património europeu”.
A perda de influência está a acontecer pelo que se
exige, mais cedo do que tarde, que os líderes europeus tenham o sobressalto
político que reconduza a Europa aos seus valores matriciais.
Jornal do Centro 2015-03.16
Sem comentários:
Enviar um comentário