domingo, 17 de agosto de 2014

Passos Coelho e a reforma dos trabalhadores

O Secretário-Geral do PS, António Seguro, fez bem em rejeitar a "proposta-comício" de Passos Coelho para uma dita reforma na Segurança Social. 
Logo à partida, admite o PM que, chegado ao último ano de mandato, ainda não fez essa reforma. Depois é do conhecimento geral que o Governo confunde reforma com cortes. Finalmente, este como outros assuntos sérios, não se tratam em comícios, mas em sede própria, na AR. Tudo correu mal a Passos Coelho, mas também ao país.
Quando falamos nas reformas dos trabalhadores, do público ou do privado, está implícito um contrato social entre as partes. As pessoas planearam as suas vidas em função de um compromisso mútuo. E, nesse contexto, assumiram responsabilidades. Não fora assim e outras possibilidades de poupança se lhes colocariam como opção. 
Quando falamos em em reforma do" cálculo da reforma" será sempre a partir de um determinado ponto para a frente. Novas regras exigem novas atitudes e é necessário que as pessoas se preparem para elas. 
Já o prolongamento do tempo de trabalho, assumido pelos governos do PS, foi um erro grave na forma, porque não foi considerado, de modo suficiente, o período de transição. Foram muitos os que não estavam preparados, porque, tal como referi, tinham as suas vidas pensadas em função de um compromisso e na confiança no Estado. 
A partir daí, os que vieram a seguir, pensaram sempre em ir mais longe. Estava aberto o precedente. E ir mais longe, para esta direita, não é considerar novas regras para novos tempos. Tem sido apenas, e tão só, cortar, sobretudo retroativamente. E há algo que a direita esquece sempre: o crescimento económico. Será com ele, e apenas com ele, que nós reequilibraremos, com equidade, muita coisa, nomeadamente a Segurança Social.



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