sábado, 2 de agosto de 2014

(Opinião) O BPN de Passos Coelho: visto de fora, é sempre laranja por dentro

"Passos já deve estar arrependido de ter diabolizado a ajuda do Estado a um banco para ganhar as eleições da popularidade", twittou o jornalista António Costa (do Diário Económico). 

Alega o primeiro-ministro que está em causa a estabilidade financeira em Portugal. Ora foi exatamente o que se passou com o BPN, no tempo do anterior governo. Nessa altura, toda a oposição diabolizou a decisão, com particular destaque para Passos e Portas. Nessa altura a tal "imprescindível estabilidade financeira", aos olhos dos mesmos, não existia. Tratava-se de ganhar as tais " eleições da popularidade". E assim foi!

Fomos todos chamados a pagar. E agora vai passar-se o mesmo. Passos começou por dizer que o BES estava sólido. Carlos Costa, do BdP, também. Cavaco assinou tudo por baixo. Os economistas do regime nem se fala! Para já não lembrar o fantástico Comissário Carlos Moedas que entendia que isto do BES eram apenas trocos. 

Passos afirmou que os cidadãos não pagariam os erros dos privados. Agora sabe-se que vai ser utilizada parte dos 6,5 mil milhões que sobraram e existem para ajudar a banca. Isso custa juros que nós estamos a pagar. Começamos já por aqui. E depois virá o resto. E não digam que ninguém sabia, porque o mesmo jornalista, António Costa, citou também o que leu noutra imprensa: "BES will probably be saved by the portuguese State this weekend. This is a decision of last resort to protect the financial system". Pois, no domingo, ficaremos a saber mais!

Convém não esquecer a Comissão de Inquérito BPN, o que para ela carreou Nuno Melo, e, sobretudo, os protagonistas que "assaltaram" o banco, os verdadeiros autores da catástrofe. O problema, nos dois casos, visto de fora, é sempre laranja por dentro.

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