As exportações nacionais perderam força
nos primeiros meses do ano e Portugal acabou por ver travada a recuperação do
saldo da balança comercial que se vinha registando desde o início do programa
de ajustamento.
Entre
Janeiro e Maio - o mês em que a ‘troika' deixou o país - o défice comercial de
Portugal atingiu os 4,1 mil milhões de euros, revelam os dados publicados ontem
pelo Eurostat. São mais 700 milhões de euros do que o registado em igual
período do ano passado, uma deterioração que se explica, quer com a queda das exportações,
quer com o aumento das importações.
Os
primeiros meses do ano foram marcados pela paragem na refinaria de Sines, que
teve um impacto significativo nas exportações da Galp e, por isso, nas vendas
de Portugal ao exterior. De tal forma que, mostra o gabinete estatístico de
Bruxelas, as exportações portugueses recuaram 1% entre Janeiro e Maio, face ao
período homólogo.
Ao
mesmo tempo, a melhoria na confiança dos empresários e dos consumidores levou
as empresas a aumentarem o investimento e as famílias a consumirem mais, provocando
uma subida de 2% nas importações face ao ano passado.
Contas feitas, o défice comercial atingiu os 4,1 mil milhões de euros, quando
no ano passado, por esta altura, estava em 3,4 mil milhões. O que significa
que, nos primeiros cinco meses do ano, Portugal teve o quarto maior défice do
euro - atrás de França, Espanha e Grécia - e o quinto maior se o ‘ranking' for
com os 28 países da União Europeia.
Os
dados do Eurostat mostram já o impacto que a crise geopolítica na Ucrânia está
a ter na economia europeia: as exportações na zona euro recuaram 4% na zona
euro e 5% na União Europeia. Mais: nos cinco primeiros meses do ano, as
exportações para a Rússia, com origem nos membros da moeda única, totalizaram
os 32,1 mil milhões de euros, menos 14% do que no mesmo período de 2013. Já as
importações do euro à Rússia cederam 7%, atingindo os 59 mil milhões de euros. (DE Luis Reis Pires)
Sem comentários:
Enviar um comentário