Os
clubes e associações desempenham no nosso concelho um papel inestimável na
formação dos jovens. Substituem-se ao Estado e, no meu entender, bem. Numa
qualquer sociedade bem-sucedida o pouco que todos possam fazer em prol do outro
transforma-se num valor fundamental de cidadania.
Os
dirigentes destas entidades são pessoas que, voluntariamente, oferecem muito do
seu tempo para manter vivas todas estas instituições. Por isso, o financiamento
da autarquia às suas atividades é, no meu entender, um investimento e não uma
despesa. E a comunidade deve conhecer as verbas aplicadas, não só porque
resultam dos seus impostos, mas porque é importante perceber que há critérios
e, portanto, equidade e justificação.
Vem
isto a propósito da gestão de expetativas, da previsibilidade e da
independência política que o movimento associativo e os clubes devem ter. As
campanhas eleitorais não podem ser um momento de compra de votos a troco de
“dinheiro na hora” ou de cheques distribuídos à porta das igrejas. Fiz em
devido tempo, no programa que apresentei para a autarquia, propostas para que
essa relação funcionasse sem constrangimentos. Não foram sufragadas,
infelizmente.
Não
esquecendo ninguém, o caso concreto a que me quero reportar, hoje, é o do
Académico. O Executivo anterior fez um financiamento significativo, em dinheiro
vivo, que prometeu repetir, acrescido de mais 50 mil euros se o clube subisse
de divisão. O êxito desportivo aconteceu, mas os compromissos não foram
validados pelo novo Executivo.
O
clube fez a previsão da sua época com base nas receitas estimadas de
publicidade, direitos de transmissão dos jogos, quotização e verbas da câmara
municipal, sendo que, neste caso, a garantia estava assente no valor da palavra
dada. Pois, ao que parece, a palavra perdeu valor na instituição que, a ser
assim, não poderá ser considerada como pessoa de bem.
Para
alguns, o Académico serve para partilhar alegrias, mas, regra geral, fica mais
só quando a “fortuna” não sorri. E também serve terceiros nas campanhas
eleitorais pelos quais, depois de ganho o poder, é esquecido.
Deixo,
assim, um apelo ao bom senso, ao equilíbrio e ao respeito pelos compromissos
assumidos. O Académico não é só o futebol que uma maioria aprecia. Tem outras
atividades, amadoras, formativas, que envolvem centenas de jovens e respetivas
famílias. Independentemente do autor da palavra dada, a autarquia deve ser uma
pessoa de bem e, por isso, a câmara deve cumprir com o Académico.
DV
2014-04-09
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