terça-feira, 4 de março de 2014

PS exige ouvir Paulo Macedo na AR sobre - falta de acesso - ao SNS

O descontrolo progressivo no acesso ao SNS tornou-se iniludível
Síntese - No início do ano, o país teve conhecimento do caso de uma doente oncológica que aguardou dois anos para realizar uma colonoscopia, (...) No início de fevereiro, um jovem acidentado de Chaves, com neurotrauma, teve de percorrer 400 quilómetros para receber os cuidados especiais que necessitava(...) Ainda no mês de fevereiro, um outro doente, desta vez das Caldas da Rainha e com necessidade de cuidados intensivos, volta a ser recusado, pelo menos por quatro unidades hospitalares(...) veio a falecer no Hospital de Abrantes.

Texto do requerimento do PS
"O início de 2014 tem-se verificado algo conturbado no acesso aos cuidados de saúde.
No início do ano, o país teve conhecimento do caso de uma doente oncológica que aguardou dois anos para realizar uma colonoscopia, quando a devia ter realizado imediatamente após o rastreio positivo ao cancro colorretal.
No início do mês de fevereiro, um jovem acidentado de Chaves, com neurotrauma, teve de percorrer 400 quilómetros para receber os cuidados especiais que necessitava tendo apenas sido aceite no Hospital de Santa Maria e já depois de ter sido recusado o seu internamento nas unidades hospitalares de Porto, Gaia, Matosinhos, Braga e Torres Novas, por manifesta falta de vagas.
Ainda não tendo finalizado o mês de fevereiro, um outro doente, desta vez das Caldas da Rainha e com necessidade de cuidados intensivos, volta a ser recusado, pelo menos por quatro unidades hospitalares: Santa Maria, Loures, Santarém e Leiria, novamente por falta de camas. Este doente veio a falecer no Hospital de Abrantes.
Entretanto, foram conhecidos outros casos que confirmam a desorganização no setor da saúde, nomeadamente, o dos doentes que esperavam em média, 658 dias por uma consulta de Hematologia no Hospital de Aveiro, onde a especialidade já nem sequer existe por ter entrado em colapso em janeiro de 2013 e ter-se verificado o seu encerramento, ou o caso da doente oncológica em protesto junto ao hospital de Faro, por lhe ter sido dito que o medicamento de que necessitava se encontrava esgotado na farmácia hospitalar ou ainda a divulgação da descomparticipação da vacina contra o cancro do colo do útero e das bombas inaladoras para o tratamento da asma, entretanto já desmentida.
A par destes casos divulgados pela comunicação social e denunciados pelos utentes, verifica-se uma redução de cuidados presenciais nos cuidados de saúde primários que deveriam ser o primeiro passo para o atendimento no Serviço Nacional de Saúde. O tempo de espera para uma consulta de especialidade em hospital, embora tenha diminuído ligeiramente, ainda ultrapassa em média, os 120 dias.
Face ao exposto e considerando que o Serviço Nacional de Saúde tem por base princípios como o da equidade e da universalidade aos utentes que dele necessitem, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista requer a presença do Ministro da Saúde na Comissão Parlamentar de Saúde para prestar esclarecimentos sobre a falta de acesso e desorganização no SNS."
Os deputados socialistas da Comissão de Saúde

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