(Lusa) O vice-presidente da bancada do PS
José Junqueiro reiterou hoje que, quando forem governo, os socialistas terão
como "prioridade progredir no sentido da reposição dos rendimentos",
mas não "no primeiro dia nem num só dia".
"O PS no Governo terá como prioridade progredir no
sentido da reposição dos rendimentos dos portugueses, não o fará no primeiro
dia nem num só dia", afirmou José Junqueiro aos jornalistas no Parlamento.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, exigiu hoje um
esclarecimento por parte do secretário-geral do PS, António José Seguro, sobre
a sua posição relativamente à reposição de rendimentos dos portugueses, após
declarações do conselheiro económico socialista Óscar Gaspar.
"O PS não faz demagogia sobre esta matéria e os
portugueses entendem bem porquê, porque a austeridade excessiva e os cortes
excessivos não permitirão que isso aconteça no primeiro dia, nas não impedem
que o PS faça como seu desígnio e seu projeto repor os rendimentos dos
portugueses", frisou.
"Não faremos como o doutor Pedro Passos Coelho, que
escreveu o seu programa eleitoral no dia 1 de abril e quando chegou ao Governo
fez tudo ao contrário do que tinha dito", acusou.
José Junqueiro insistiu ainda que "o PS fez uma
proposta ao PSD para um debate que respondesse a uma pergunta sobre se o país
está melhor ou pior e fez também um apelo no sentido de o PSD e Governo se
reunir em torno de um grande consenso nacional sobre o salário mínimo".
"O Governo fugiu e tentou o ´fait-divers'",
afirmou, defendendo que, "para um consenso nacional em torno do salário
mínimo, só falta mesmo o PSD".
Na quarta-feira à noite, na SIC Notícias, e questionado
sobre se o PS quando for Governo repõe os salários, pensões e prestações sociais
ao nível de 2011, o conselheiro económico do PS Óscar Gaspar respondeu: "A
resposta séria é não. Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do
líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011 porque não é
possível. As contas públicas portuguesas não o permitem".
Na quinta-feira, o porta-voz do PSD e coordenador da
comissão política Marco António Costa pediu para que o PS esclarecesse se as
afirmações do conselheiro de António José Seguro "coincidem com as do
Governo, e com o realismo da situação, ou se é a posição que tantas vezes se
ouve pela voz de outros dirigentes do PS que prometem o céu e a terra aos
portugueses" perto das eleições.
Na resposta, Óscar Gaspar garantiu, à margem de uma sessão
da convenção "Novo Rumo para Portugal", que "ao contrário do
Governo", o PS trabalhará, quando chegar ao executivo, para repor salários
e pensões, mas sublinhou que "não há varinhas mágicas na economia".
"Creio que o país espera clareza do principal partido
da oposição e do seu líder relativamente a uma matéria tão importante",
insistiu hoje Montenegro.
O deputado social-democrata afirmou ainda que a intervenção
de Óscar Gaspar foi "uma aproximação maior à realidade" por parte do
PS, mas que o seu "principal protagonista é o seu secretário-geral e a ele
deve ser pedido que esclareça a sua posição".
ACL/(PPF/HPG) // PGF
Sem comentários:
Enviar um comentário