O que incomoda
sobre este tema é a interpretação que tem passado para a opinião pública, de
que o TC chumbou os despedimentos na FP, uma possibilidade que existe há muito
tempo, há mais de 8 anos. Não foi isso que o TC decidiu, mas sim a defesa constitucional
de que os despedimentos não possam ficar sujeitos à arbitrariedade. Há uma
derrota política de quem quis fazer um determinado tipo de coisas.
O que é
preocupante é que se amedronte as pessoas como o "papão" de como se
fará agora a consolidação das contas públicas, o que é um bluff de todo o
tamanho: se este processo tem avançado duraria mais de um ano e nunca teria
efeito orçamental neste ano nem no próximo. O governo não deveria utilizar este
argumento para tomar determinadas medidas, sob pena das pessoas não acreditarem
e não as aceitarem.
O problema da
despesa não é o seu valor absoluto (e também não está nos FP ou nos
pensionistas), mas ser menos que a riqueza que produzimos. O que tem que se
fazer é arranjar riqueza que sustente esta despesa. É este o caminho que o
governo deve estar a seguir com a remodelação ministerial que fez. Se
continuarmos com a ideia apenas focada na redução da despesa, o ministro Pires
de Lima vai arrepender-se de ter aceite ser ministro.
Os juízes do TC
têm com certeza em conta a realidade do país e não faz sentido encarar o TC
como força de bloqueio, porque estamos num Estado de Direito; se as medidas
eram inconstitucionais, ainda bem que as chumbou.
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