sexta-feira, 19 de julho de 2013

António Costa - Uma boa agenda para um compromisso era a renegociação do memorando



Sabe tanto como os portugueses e não tem nenhuma informação sobre o decurso das negociações. Sempre foi defensor de uma cultura de compromisso e procura de consenso alargado, mas a questão fundamental é saber para quê um acordo.
Uma boa agenda para um compromisso era a renegociação do memorando, implicando uma negociação com um conjunto de entidades externas, perante as quais Portugal precisaria de aparecer forte e como sendo claro que haveria uma frente política forte. 
Este é o grande consenso nacional que existe em todos os portugueses (não sabendo se existe nas direcções do PS, PSD, CDS e no governo), mas desconhecemos qual é a agenda efectiva destas negociações. E receia que não seja assim: em nenhum dos tópicos enunciados pelo PR estava esta questão central e ainda hoje o PM continuou a fazer o discurso de auto-culpabilização e auto-flagelização, demonstrando que não está propriamente com uma grande preocupação relativamente a isso.
Um acordo que ponha simplesmente o PS a querer fazer algumas benfeitorias ou a procurar relegitimar a actuação política deste governo, é obviamente um acordo que não tem a menor viabilidade política, digam os negociadores o que entenderem dizer. Não sabe se o que o PS está a fazer é tentar convencer o PSD e o CDS a incluir no acordo a renegociação, espera que seja. Se é para estar a negociar a receita maligna deste governo, em que a questão não é a dose nem o ritmo, é que a política é errada, não vale a pena.
Todos [perguntado sobre Alegre e Sócrates] manifestaram uma preocupação comum e de qualquer pessoa de bom senso no PSÉ preciso que as coisas se clarifiquem rapidamente, porque a pior coisa que se pode criar é esta situação pantanosa de gerar uma expectativa que não tem consistência de poder conduzir a um bom fim. Tão importante como compromissos duradouros é o país nunca perder a capacidade de gerar alternativas.
Para isto fazer sentido tem que haver alguma coisa que nós não sabemos. Ou os partidos prometeram alguma coisa ao PR (algum acordo) que não sabemos e que lhe permitiu fazer o desafio que fez; ou o PR tem uma solução escondida na manga, atirando os partidos para um fracasso; ou os partidos vão ser capazes de fazer um acordo milagroso, que nenhum de nós acredita que o sejam.
Não vê que prémio o PS possa ver nas eleições em 2014, uma vez que prorrogam a vida do governo; e agora a responsabilidade do arrastamento da crise já tem um terceiro responsável, que é o PS.
Também não exclui que a direcção do PS também possa ter uma boa carta no bolso para sair de uma forma airosa desta negociação, quando já vê como muito difícil que possa sair

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