Síntese – (Santos Silva
BPI) "Agora, a [privatização da] CGD não está no acordo com a 'troika',
como não estão outros activos que estão a ser vendidos ou que foram
vendidos" …. "Num momento de crise, é tudo defensável, menos vender,
porque as coisas valem muito menos…Ainda por cima o sector bancário… Acho um
absurdo vender-se o que quer que seja da Caixa Geral de Depósitos (CGD)",
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Jardim Gonçalves e
Santos Silva consideram que uma eventual privatização da CGD,
aconteceria na pior altura, dada a desvalorização do sector financeiro.
"Num momento de crise, é tudo defensável, menos
vender, porque as coisas valem muito menos. Ainda por cima o sector bancário, que
nunca esteve tão desvalorizado como está hoje. Acho um absurdo vender-se o que
quer que seja da Caixa Geral de Depósitos (CGD)", afirmou Santos Silva
(BPI), num debate sobre "O Dinheiro", que decorreu no Teatro Nacional
Dona Maria II, em Lisboa.
Uma opinião partilhada no mesmo evento por Jardim
Gonçalves (BCP): "Em termos financeiros, o Estado não tem que ter uma instituição financeira.
Agora, neste momento, a minha posição é de que o Estado não deve vender
nada".
Segundo o antigo
banqueiro, o Estado "tem obrigação de melhorar a 'performance'
[desempenho] do que tem e esperar o momento para poder alienar", e não
vender as suas participações.
"Nem electricidades, nem infraestruturas de
electricidades [em referência à venda das posições estatais na EDP e na REN],
nem comunicações, nem instituições financeiras. Nada. Neste momento, a CGD deve
continuar a ser do Estado", considerou o fundador do Banco Comercial
Português (BCP).
"Sobre a
privatização da CGD, eu partilho da opinião do engenheiro Jardim Gonçalves, com
uma ressalva: O país apresentou-se aos credores e comprometeu-se a vender
determinados activos. Eu acho que é pena que tenhamos que vender, mas nós
comprometemo-nos e, portanto, temos que vender", disse Santos Silva.
"Agora, a [privatização da] CGD não está no
acordo com a 'troika', como não estão outros activos que estão a ser vendidos
ou que foram vendidos", assinalou.
Ainda assim, o
'chairman' [presidente do conselho de administração] do Banco BPI revelou que,
em termos pessoais, defende "uma privatização parcial da CGD, num momento
de estabilidade económica e de uma situação normal dos mercados".Isto,
porque no seu entender, esta "era uma maneira de exigir que a CGD tivesse
uma actuação mais de acordo com os mercados e com os interesses".
Já à margem do debate,
em declarações à agência Lusa, Santos Silva reforçou que Portugal não deve
alienar activos numa altura em que atravessa grandes dificuldades económicas e
financeiras.
"Neste momento, defendo que não devemos vender
nada a não ser aquilo que estamos obrigados a vender. Porque estamos num
momento em que tudo está subavaliado, estamos num momento de grande crise.
Isto, com a excepção das vendas de activos que nos comprometemos no acordo com
a 'troika'", afirmou o banqueiro.
"Aquilo que nos comprometemos a fazer, temos que
cumprir. Mas eu não venderia nenhum activo, tirando esses, num momento como este, em
que tudo está muito desvalorizado devido à crise que alastra por toda a Europa
e que afecta muito o valor dos activos", sublinhou à Lusa Santos Silva."Por
isso, gostaria que não fossem, por esta altura, vendidos activos",. Económico
com Lusa
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