Como referiu o deputado António
Braga, o país endivida-se a um ritmo de 30
milhões de euros por dia e está a entrar numa espiral recessiva que resulta de um caminho
em que a austeridade se sucede à austeridade, em que a economia
se afunda até ao não retorno, em que o desemprego devasta famílias inteiras, centenas de milhares, em que os jovens
abandonam a escola e os que mais se qualificaram emigram.
E o que faz o governo com este orçamento? Lança, no dizer de Bagão Félix, "um napalm
fiscal", atitude que Marques Mendes classifica de "assalto" e da
qual as personalidades de topo dos partidos da coligação se distanciam entre mimos de desencanto e apreensão. O próprio Presidente da República refere a impossibilidade deste caminho e outros a
impreparação de Passos Coelho e de vários dos seus ministros. Manuela Ferreira Leite, tal como o
PS, classifica de inexequível este orçamento e no CDS há já quem propugne pelo voto contra por entender como comatoso
o estado da coligação.
Sim, mas que governo é este que se desautoriza a si
próprio, que deixa cair na rua o
texto do orçamento antes de o apresentar,
que publicita jornalisticamente quatro versões
e que, a julgar pelas palavras do inefável ministro das Finanças, caminha para uma quinta versão? Que governo é este, de tão poucos ministros e de tantos assessores para vigiarem os
ministros, que governo é este que tem uma coligação de deputados e notáveis da maioria para vigiar o
comportamento dessa maioria, que governo é este que já não consegue sair à rua?
Tudo isto explica o desnorte no país, mas também o drama que se abate sobre o
seu interior onde o nosso distrito se insere. O desemprego assumiu dimensões inimagináveis. Aumentou entre nós 28%, bem superior à media nacional. E agora, a
COFACE acaba de anunciar que nos primeiros nove meses deste ano as insolvências aumentaram 43%, número
muito superior à média nacional.
Lamentamos imenso a incapacidade do ministério da Economia e sublinhamos o desapontamento para com os
viseenses que são responsáveis pela sua tutela. Ninguém
compreende a impreparação que estes responsáveis revelam perante o país
em geral e, sobretudo, para com todo o interior do país onde também nos inserimos. Já ninguém acredita neste governo.
DV
2012.10.17
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