sexta-feira, 19 de outubro de 2012

(Opinião - DVise) JÁ NINGUÉM ACREDITA NESTE GOVERNO



Como referiu o deputado António Braga, o país endivida-se a um ritmo de 30 milhões de euros por dia e está a entrar numa espiral recessiva que resulta de um caminho em que a austeridade se sucede à austeridade, em que a economia se afunda até ao não retorno, em que o desemprego devasta famílias inteiras, centenas de milhares, em que os jovens abandonam a escola e os que mais se qualificaram emigram.
E o que faz o governo com este orçamento? Lança, no dizer de Bagão Félix, "um napalm fiscal", atitude que Marques Mendes classifica de "assalto" e da qual as personalidades de topo dos partidos da coligação se distanciam entre mimos de desencanto e apreensão. O próprio Presidente da República refere a impossibilidade deste caminho e outros a impreparação de Passos Coelho e de vários dos seus ministros. Manuela Ferreira Leite, tal como o PS, classifica de inexequível este orçamento e no CDS há já quem propugne pelo voto contra por entender como comatoso o estado da coligação.
Sim, mas que governo é este que se desautoriza a si próprio, que deixa cair na rua o texto do orçamento antes de o apresentar, que publicita jornalisticamente quatro versões e que, a julgar pelas palavras do inefável ministro das Finanças, caminha para uma quinta versão? Que governo é este, de tão poucos ministros e de tantos assessores para vigiarem os ministros, que governo é este que tem uma coligação de deputados e notáveis da maioria para vigiar o comportamento dessa maioria, que governo é este que já não consegue sair à rua?
Tudo isto explica o desnorte no país, mas também o drama que se abate sobre o seu interior onde o nosso distrito se insere. O desemprego assumiu dimensões inimagináveis. Aumentou entre nós 28%, bem superior à media nacional. E agora, a COFACE acaba de anunciar que nos primeiros nove meses deste ano as insolvências aumentaram 43%, número muito superior à média nacional.
Lamentamos imenso a incapacidade do ministério da Economia e sublinhamos o desapontamento para com os viseenses que são responsáveis pela sua tutela. Ninguém compreende a impreparação que estes responsáveis revelam perante o país em geral e, sobretudo, para com todo o interior do país onde também nos inserimos. Já ninguém acredita neste governo.
DV 2012.10.17

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