quarta-feira, 9 de maio de 2012

HOLLANDE RECEBE APOIOS INTERNACIONAIS - PSD ISOLADO EM PORTUGAL E NA EUROPA

Desde o início da crise da dívida soberana na zona euro, em 2010, o corte da despesa foi aplicada para reduzir o endividamento público. Imagem: Lusa
O presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, anunciou hoje a realização de uma reunião informal entre os dirigentes europeus no dia 23 de maio, na qual serão debatidas medidas para reativar o crescimento.
Esta será a primeira reunião de chefes de Estado da UE em que Hollande vai comparecer como presidente francês.
Numa conferência de imprensa em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, estimulou-o a "aproveitar a dinâmica atual para aplicar as medidas implantadas" pelos seus serviços e "reativar o motor do crescimento europeu".
"Devemos intensificar os nossos esforços para reforçar o crescimento, devemos aumentar os investimentos públicos e fazer um bom uso deles", disse, por sua vez, o comissário dos Assuntos Económicos, Olli Rehn.
Também o diretor da Organização Mundial de Comércio (OMC), o francês Pascal Lamy, próximo a Hollande, defendeu um "orçamento europeu de crescimento" na zona euro, num artigo publicado no site do Le Monde.
A Comissão Europeia propõe a emissão de obrigações que serviriam para financiar projetos de infraestruturas, aumentar o capital do Banco Europeu de Investimentos (BEI) para ajudar as pequenas e medias empresas, e impor uma taxa às transações financeiras. Durante a sua campanha, Hollande incorporou estas medidas na sua proposta de orçamento.
Desde o início da crise da dívida soberana na zona euro, em 2010, o corte da despesa foi aplicado para reduzir o endividamento público. Alguns dos países onde os cortes foram mais profundos, como Grécia, Portugal e Espanha, encontram-se atualmente em recessão.
Hollande propõe a integração de um capítulo com medidas a favor do crescimento no pacto acordado em março, por 25 dos 27 Estados da UE, que visa impor na legislação de cada país o princípio do equilíbrio orçamental.
Contudo, a sua iniciativa despertou um forte debate com Berlim, que se opõe a renegociar o pacto fiscal e é a favor da reativação do crescimento através de reformas estruturais e não com base na despesa pública.
Pierre Moscovici, que está a organizar a transição do poder de Sarkozy para Hollande, mostrou-se confiante num compromisso com a chanceler alemã Angela Merkel.
"Encontraremos um compromisso. Estou convencido de que as coisas começaram bem", disse à rádio RTL.
Moscovici referiu ainda que o presidente francês "deseja uma construção europeia num sentido mais favorável ao crescimento" e não quer "ratificar este tratado (de disciplina fiscal) tal como está, sem o complementar com um capítulo de crescimento".
Já o Japão reforçou hoje as pressões da Alemanha à França. O país é um importante comprador de obrigações do fundo criado pela zona euro para resgatar os seus Estados membros em apuros.
"Não sei se Hollande vai aplicar imediatamente o que disse nos debates da campanha eleitoral, mas, sendo realista, penso que é impossível abandonar os esforços de consolidação fiscal", disse o ministro de Finanças japonês, Jun Azumi

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