Síntese - BASÍLIO HORTA E O PS consideram que, "caso a operação se concretize nestes moldes, a “Camargo Corrêa e a Votorantim livram-se de um grande concorrente": a Cimpor ... fica uma empresa regional e a Votorantim fica senhora de todas as outras fábricas espalhadas pelo mundo", .... apelou ao PM e aos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros para que "não permitam" que o banco público venda os 9,6 % que detém na cimenteira portuguesa nas condições propostas, defendendo que esta participação é "vital".
O PS apelou hoje ao Governo para que não permita que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) venda a sua participação na Cimpor na OPA da Camargo Corrêa, alegando que a operação vai desmembrar a cimenteira.
“Tal como tínhamos dito, esta operação da Camargo Corrêa sobre a Cimpor tem por efeito o desmembramento da empresa. A Camargo Corrêa, de uma forma muito clara – e ainda bem que o fez –, diz que vai pagar os 21 por cento que a Votorantim tem na Cimpor em ativos desta empresa”, disse à Lusa o deputado do PS Basílio Horta.
No domingo, a InterCement (empresa detida pela Camargo Corrêa que anunciou a oferta) afirmou, em comunicado, que vai propor à administração da Cimpor e da Votorantim várias permutas no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA).
A primeira é a transmissão da InterCement para a Cimpor "dos ativos e operações de cimento, betão e agregados do grupo Camargo Corrêa na América do Sul e em Angola", dando a cimenteira em troca os ativos na "China, Espanha (com exceção da Cimpor Inversiones e da Cimpor Sagesta), Índia, Marrocos, Tunísia, Turquia e Peru".
Além disso, é ainda proposta a transmissão pela InterCement para a Votorantim dos ativos recebidos no âmbito da permuta anterior pela troca das ações que detém na cimenteira portuguesa.
O deputado do PS considera que, caso a operação se concretize nestes moldes, a “Camargo Corrêa e a Votorantim livram-se de um grande concorrente": a Cimpor.
"A Cimpor fica uma empresa regional e a Votorantim fica senhora de todas as outras fábricas espalhadas pelo mundo", afirmou Basílio Horta, que apelou ao primeiro-ministro e aos ministros das Finanças - com a tutela da CGD -, e dos Negócios Estrangeiros para que "não permitam" que o banco público venda os 9,6 por cento que detém na cimenteira portuguesa nas condições propostas, defendendo que esta participação é "vital" para que a oferta tenha êxito.
A CGD já mostrou disponibilidade para vender a sua participação na Cimpor.
Basílio Horta considera que a OPA podia ser um "bom" investimento, desde que concretizado noutras condições: "Se a Camargo Corrêa quiser pagar à Votorantim em dinheiro, se se comprometer a manter a unidade e pagar um preço justo, nessa altura é muito bem-vindo".
A Camargo Corrêa já é a maior acionista da Cimpor, com 32,9 por cento, seguida pela brasileira Votorantim (21,1 por cento). A InterCement anunciou, a 30 de março, uma OPA sobre a totalidade da Cimpor, oferecendo 5,50 euros por ação, um valor que a administração da cimenteira considerou baixo.
O Conselho da Autoridade da Concorrência (AdC) adotou uma decisão de não oposição à aquisição do controlo exclusivo da Cimpor pela Camargo Corrêa através da OPA, alegando que a operação “não é suscetível de criar ou reforçar uma posição dominante da qual possam resultar entraves significativos à concorrência efetiva nos mercados relevantes identificados”.
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