Na próxima semana, na Assembleia da República, serão retomados os trabalhos em sede de comissões.
Não será ainda o início do novo ano político. Isso, pelo menos por agora, não existe. O Pontal do PSD foi elucidativo.
O Congresso do PS, fundamental e decisivo para o partido, apresenta o início de um Novo Ciclo, mas o ano político, esse, será marcado pelo próximo Orçamento de Estado e pelas Grandes Opções do Plano.
Nessa altura, ficaremos a conhecer as novas exigências a que vamos estar sujeitos, porque, contráriamente ao que diziam poder fazer-se sem mais sacrifícios, PSD e CDS, há que continuar a baixar o défice em 2012. E isso tem custos!
Saberemos também como se fará a reorganização administrativa do território e as medidas que vão ser assumidas no sector empresarial local que deverá diminuir, no meu entender, mais de 50%.
Não menos importante, será conhecer o destino das autarquias que estão insolventes - tecnicamente o enquadramento não é fácil - e onde o Estado não pode injectar mais dinheiro, não só porque não o tem, mas porque, como sempre defendi, isso criaria assimetrias injustificáveis e alimentaria vícios de gestão que, na sua essência, são tão graves como os da Madeira, ainda que menos pesados!
Com os cortes nas transferências para as autarquias, assumidos no memorando da Troika", já em 2012, iremos constatar que dos dois terços que gozam ainda de estabilidade financeira uma boa parte vai juntar-se às que de futuro já nada mais terão que não seja um conjunto de dificuldades insuperáveis. Será o descalabro nas despesas correntes.
Sem investimento público, âncora fundamental para o relançamento da economia, o clima recessivo aumentará, o desemprego também e será muito difícil controlar as tensões sociais. Não se conhecem medidas para a retoma da economia. Apenas temos decisões que estão e vão acrescentar dificuldades. Há falta de dinheiro, mas as faltas de imaginação e estratégia são incomensurávelmente maiores.
Este empréstimo só será útil se o pudermos pagar. Sendo que a própria "Troika" reconhece que não são necessários mais impostos, temos mesmo de ir pelo corte na despesa.
O "folclore" da gravata no Ministério da Agricultura foi uma novidade, mas não diminuiu a despesa, não pagou o PRODER, nem aumentou as contrapartidas nacionais.
Os extintos governos civis - que ainda o não foram - são fumo que pertence ao passado e os truques mediáticos confinados a mais ou menos assessores, membros do governo, classes turísticas gratuitas e demais argumentos "colossais" não cortaram gordura, apenas fizeram uma pequena "depilação".
Esperamos, pois, os verdadeiros e prometidos cortes na despesa, a tal que é chamada "gordura" do Estado! Esperemos então!!!
DV 2011.08.17
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