sexta-feira, 10 de junho de 2011

SEGURO e ASSIS - COMO SE ORGANIZA UM DEBATE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A direção do Grupo Parlamentar define e escolhe entre si, antes de um qualquer debate, as pessoas que vão intervir. Seja uma pergunta, uma declaração política, um voto de pesar ou de congratulação, um projecto de resolução, proposta ou projecto de lei, o debate quinzenal com o 1º Ministro, enfim, TUDO é previamente definido.
António José Seguro, tal como Francisco Assis, enquanto líderes parlamentares coordenaram sempre este processo de escolhas e intervenções. Portanto, fica desmistificado que António José Seguro ou Francisco Assis, enquanto Deputados, pudessem fazer uma qualquer intervenção que não fosse previamente coordenada na direção.
Como vice presidente que fui da Direção, em momentos em que um e outro foram Presidentes, tive responsabilidade direta na organização dos Período da Ordem do dia (PAOD) ou da Ordem do Dia (POD). Sei, portanto, do que falo.
Por estas razões, os deputados dos grupos parlamentares mais pequenos falam mais e os dos maiores falam menos. E na bancada, na 1ª linha, são os vice presidentes os autores de improvisos nas perguntas, esclarecimentos, pontos de ordem ou defesa da honra. NÃO FALA,PORTANTO, QUALQUER UM - FALA QUEM É ESCOLHIDO.
Já agora, lembro que há tempos atribuídos e um procedimento diferente arruinaria a capacidade do grupo parlamentar exprimir o ponto de vista do colectivo que, regra geral, é definido nas reuniões preparatórias da quinta feira de manhã, COM TODOS OS DEPUTADOS.
Posto isto, sugiro que expressões como "dar o corpo às balas" possam ser dispensadas no debate sobre a escolha do próximo Secretário Geral ou, então, a persistir essa terminologia, que visa "destacar" quem mais usou da palavra num qualquer momento ou durante uma sessão legislativa, É FUNDAMENTAL TER EM CONTA ESTAS REGRAS DE FUNCIONAMENTO, comuns a qualquer grupo parlamentar.

Quanto aos momentos de dissonancia entre um deputado ou grupo de deputados e a sua bancada esta é, regra geral, comunicada antecipadamente à Direção.
Por vezes isso não acontece como se verificou, por exemplo, com Manuel Alegre não tendo deixado por esse facto de ter sido apoiado pelo PS na sua candidatura à Presidência da República, mesmo depois de, à revelia da decisão do PS, se ter candidatado contra Mário Soares que tinha sido a escolha do Secretário Geral e dos órgãos próprios do partido.

Portanto, posto isto, vamos lá discutir ideias sem "temperos de delito de opinião" coisa que entre nós não existe. Foi o que fiz na opinião que aqui publiquei, ontem.

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