Síntese - Sim ... o que se passa e que todos os portugueses verificam é que a ação do Prof. António Borges não cabe e não é aceitável, num Estado de Direito. A pergunta que todos fazem é o porquê desta decisão que passa ao lado de todo e qualquer controlo democrático. Como é que alguém que exerce funções em instituições privadas, que não foi sufragado nem direta nem indiretamente pelos portugueses, pode ficar à frente de um processo de privatizações ... Um processo que tem passado por completo ao lado do escrutínio da Assembleia da República,
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Em boa hora o Partido Socialista
agendou este debate de urgência em torno do tema das privatizações. Este é um assunto com importância
fulcral para o país, sobretudo, porque interage com a salvaguarda dos
interesses estratégicos de Portugal e, nessa medida, exige da parte do Governo um
tratamento exemplar em termos de rigor e de transparência e da parte da
Assembleia da República um acompanhamento permanente.
Infelizmente também neste domínio o
Governo acumula falhanços e prefere a opacidade à transparência. Com efeito, é absolutamente
inaceitável que tendo decorrido a quinta avaliação da Troika a Portugal os
portugueses continuam sem conhecer os resultados da mesma, assim como os
compromissos assumidos em matéria de programa de privatizações.
E o Governo perdeu hoje mais uma
oportunidade de esclarecer os portugueses, sobre o programa de privatizações
acordado para os próximos anos, a sua extensão e os seus impactos na economia
portuguesa bem como, sobre as condições de defesa do interesse nacional.
Mas mais grave de tudo isto, como
ficou bem demonstrado ao longo deste debate, a condução de todo o processo de
privatizações levado a cabo por este Governo não tem em conta o interesse
nacional.
A falta de regulamentação, a falta
de legislação, que o Governo não providenciou, levou a que negócios do Estado
fossem confundidos com negócios de governo e só de governo.
Perdoem-me, só de governo não,
porque foi nomeado um ministro extranumerário para tratar do negócio das
privatizações e por aquilo que podemos observar com poderes pleno-potenciários.
Sim Senhora Presidente e
Senhoras e Senhores Deputados o que se passa e que todos os portugueses
verificam é que a ação do Prof. António Borges não cabe e não é aceitável, num
Estado de Direito. A pergunta que todos fazem é o porquê desta decisão que
passa ao lado de todo e qualquer controlo democrático.
Como é que alguém que exerce
funções em instituições privadas, que não foi sufragado nem direta nem indiretamente
pelos portugueses, pode ficar à frente de um processo de privatizações que mexe
com toda a estrutura económica do País e põe em causa o futuro dos portugueses.
Um processo que tem passado
por completo ao lado do escrutínio da Assembleia da República, a qual deveria
ter um controlo a todo o tempo das privatizações que estão a ser levadas a
cabo.
Mas, sendo já de si a
situação insólita, nem esse ministro extranumerário nem o Governo informaram os
portugueses de quais os estudos, de quais as assessorias técnicas e dos custos
associados às mesmas e de quais os critérios que presidiram à venda dos
importantes ativos nacionais.
Também aqui, na contratação
dessas assessorias, a falta de transparência e a opacidade foram uma constante
na celebração de tais contratos. Sim, ainda neste momento desconhecemos por
completo qual a modalidade de contratação pública que foi utilizado pelo Estado
para tais contratações.
Aquilo que todos sentimos é
que nada está no domínio público, e aqui mais uma vez reafirmo, falamos de
negócios do Estado e não do Governo.Pelos compromissos assumidos
internacionalmente pelo Estado português, as privatizações têm de ser levadas a
efeito, mas respeitando sempre os ditames da transparência e condicionadas a
uma estratégia assente no interesse nacional. Mas também aqui mais uma vez o
Governo e os seus mentores querem ir mais longe do que aquilo que resulta
desses compromissos internacionais querendo privatizar a RTP e as Águas de
Portugal.
O Partido Socialista já o expressou, somos frontalmente contra estas privatizações bem como a privatização parcial ou total da CGD e, mais uma vez relembro que não constam do memorando assinado com a Troika.
O Partido Socialista já o expressou, somos frontalmente contra estas privatizações bem como a privatização parcial ou total da CGD e, mais uma vez relembro que não constam do memorando assinado com a Troika.
A estratégia que o Governo
levou a cabo de ir muito além do memorando em todas as áreas serve
exclusivamente a sua agenda ideológico e está a ser um colossal desastre para a
vida dos portugueses. Também a privatização destas empresas serve o mesmo propósito
de esvaziamento do que devem as funções centrais de um Estado moderno.
Em
suma, Senhoras e Senhores Deputados, o debate que hoje aqui foi travado evidencia
bem o falhanço e a falta de sentido de Estado do Governo, também, neste
domínio.
Mas
importante seria o Governo ter reconhecido as suas falhas e arrepiar rumo. Sim,
porque há outro caminho para bem de Portugal.O Partido Socialista não se cansará de apontar
esse caminho e faço daqui um apelo ao Senhor Primeiro Ministro no sentido de
parar, parar para pensar, sim pensar antes que seja tarde de mais, porque
Senhoras e senhores Deputados o que está em jogo é muito importante, é o
interesse de Portugal e dos portugueses.
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