terça-feira, 6 de dezembro de 2011

HÁ OUTRO CAMINHO - SEGURO NA CONFERÊNCIA DO DIÁRIO ECONÓMICO

Inês David Bastos  
Seguro diz ao Governo que está aberto a uma estratégia nacional. O secretário-geral do PS defendeu hoje que existe 'outro caminho' para a saída da crise.Seguro apontou várias soluções e entre elas defendeu a existência de sanções para os países com excedente financeiro.

'Não entendo porque não se fala em sanções para quem tem excedentes e não os coloca ao serviço da economia. Não percebo porque é que na União Europeia, os países não ajudam as exportações de economias em situação mais difícil', atirou o líder socialista esta manhã durante a conferência do Diário Económico subordinada ao tema 'Há outro caminho' em Lisboa.

António José Seguro sublinhou que não conhece nenhuma união monetária que tenha 'tido êxito' sem uma governação económica e orçamental e defendeu ainda o reforço do papel do Banco Central Europeu. 'Não conheço mais nenhum que esteja impedido de emitir moeda', alertou. A este respeito, Seguro disse ser 'contra o facilitismo' mas desde logo lembrou que, numa altura em que é preciso dinamizar a economia, 'o preço a pagar é muito inferior se for um bocadinho de inflação do que os sacrifícios que se estão a pedir as pessoas'.

Ainda na dimensão europeia para a saída da crise - além das dimensões mundial e nacional - Seguro defendeu a criação de uma agência de notação europeia e lamentou que a União Europeia ainda não tenha avançado com tal organismo apesar de 'há meses' falar da sua necessidade. 'Temos uma União Europeia que fala, fala, fala mas não faz...', criticou.

Uma maior agilidade na aprovação de decisões e as votações por maioria qualificada foram outras das soluções defendidas pelo secretário-geral socialista, que lamentou que a União Europeia ande sempre 'atrás do prejuízo' e que tenha deixado a Grécia 'a sua sorte'. Aliás, a respeito da Grécia, o secretário-geral do PS fez o paralelismo com a realidade portuguesa, defendendo que também naquele país a receita adoptada não foi a melhor, isto é o caminho da austeridade.

'A Grécia cumpriu do lado da despesa todos os objectivos mas teve problemas do lado da receita. As medidas de austeridade tomadas não tiveram em conta o impacto do lado da economia. Isso coloca-nos a primeira questão. A receita que foi aplicada á Grécia, que esta a ser aplicada em Portugal, é a receita adequada para que um país em dificuldades possa resolver os seus problemas'', foi a questão deixada pelo líder socialista, que durante a sua intervenção fez questão de frisar por diversas vezes 'que existe outro caminho'.

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