Para bom entendedor …
Terminou,
bem, a negociação da proposta do OE 2016 entre o Governo e a Comissão com
cedências mútuas naturais. E não foi um acordo qualquer, porque mais importante
do que as “posições comuns” foi o significado político.
Afinal,
desde que exista vontade e uma estratégia inteligente, ficou demonstrado que
Bruxelas é obrigada a reconhecer que os países são livres de escolher o seu
próprio caminho sem faltar aos compromissos assumidos.
Foi
uma grande lição para a direita que nos governou estes quatro anos e a prova de
que, apesar do esforço que é necessário fazer, é possível preservar as pessoas,
as famílias e os seus rendimentos.
Esta
evidência já obrigou Passos Coelho a admitir, num
gesto de ensaiada humildade, que foi para além da “Troica” e que isso foi um
erro. Fê-lo na apresentação da sua recandidatura à liderança do PSD, sob o
irónico lema “Social-democracia, sempre”!
Não foi o único erro da direita. Durante a negociação entre
Portugal e Bruxelas PSD e CDS ficaram do lado de lá, espaço político de onde
ainda não conseguiram sair. E o país que em período tão exigente precisava de
todos não pode contar com eles. Não lhes ficou bem!
No entanto, há novos desafios para o Governo do PS e para os
partidos que à esquerda o apoiam. O debate que se vai seguir na AR dirá muito
sobre o futuro, mas este também estará ligado a uma execução orçamental exigente,
que contrarie aqueles que desejam que tudo corra mal, que se excluíram da
solução e que optaram por ser parte do problema.
Por agora, politicamente, tudo tem corrido bem ao PS. No entanto,
em Abril, teremos o início de seis
meses decisivos, até outubro, altura em que dará entrada o OE 2017. Sim, apenas
seis meses. Estamos mais perto do que se julga de poder demonstrar que este é
mesmo um Governo para quatro anos. Para bom entendedor …
JC 2016.02.07
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