sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Jornal do Centro - Para bom entendedor …

Para bom entendedor …

Terminou, bem, a negociação da proposta do OE 2016 entre o Governo e a Comissão com cedências mútuas naturais. E não foi um acordo qualquer, porque mais importante do que as “posições comuns” foi o significado político.
Afinal, desde que exista vontade e uma estratégia inteligente, ficou demonstrado que Bruxelas é obrigada a reconhecer que os países são livres de escolher o seu próprio caminho sem faltar aos compromissos assumidos.
Foi uma grande lição para a direita que nos governou estes quatro anos e a prova de que, apesar do esforço que é necessário fazer, é possível preservar as pessoas, as famílias e os seus rendimentos.
Esta evidência já obrigou Passos Coelho a admitir, num gesto de ensaiada humildade, que foi para além da “Troica” e que isso foi um erro. Fê-lo na apresentação da sua recandidatura à liderança do PSD, sob o irónico lema “Social-democracia, sempre”!
Não foi o único erro da direita. Durante a negociação entre Portugal e Bruxelas PSD e CDS ficaram do lado de lá, espaço político de onde ainda não conseguiram sair. E o país que em período tão exigente precisava de todos não pode contar com eles. Não lhes ficou bem!
No entanto, há novos desafios para o Governo do PS e para os partidos que à esquerda o apoiam. O debate que se vai seguir na AR dirá muito sobre o futuro, mas este também estará ligado a uma execução orçamental exigente, que contrarie aqueles que desejam que tudo corra mal, que se excluíram da solução e que optaram por ser parte do problema.
Por agora, politicamente, tudo tem corrido bem ao PS. No entanto, em Abril, teremos o início de seis meses decisivos, até outubro, altura em que dará entrada o OE 2017. Sim, apenas seis meses. Estamos mais perto do que se julga de poder demonstrar que este é mesmo um Governo para quatro anos. Para bom entendedor …

JC 2016.02.07

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