A pergunta vem no Expresso Curto e a resposta também. A direita ataca o PS, o que não se estranha, mas a CDU e o BE fazem o mesmo, ignorando a direita, o que não se tolera. "Só se discute PS" e até parece que o governo é do PS e que ninguém quer saber destes últimos 4 anos, dos 485 mil emigrantes, nos cortes nos salários e pensões (...) e tudo o resto que convido a ler.
Nicolau Santos - (...) Por cá, alguém que não
conhecesse o país suporia que foi o PS que esteve no Governo nos últimos quatro
anos. Da direita à
esquerda só se discute o PS, o programa do PS, as promessas do PS, os cortes na
segurança social do PS, o acordo da troika que o PS assinou, o plano secreto
que o PS tem para se aliar à CDU e ao BE para não deixar o centro-direita
governar. A coligação Portugal à Frente acusa o PS de criar instabilidade e
insegurança, a CDU e o BE acusam o PS de subscrever as políticas da direita.
E ninguém
debate os últimos quatro anos, os 485 mil
emigrantes que vão de engenheiros, economistas e
médicos a investigadores, enfermeiros e bombeiros, os cortes nos salários da Função Pública
e nas pensões dos reformados, a desmotivação completa dos funcionários públicos, o
desemprego, o emprego que
está a ser criado (90% é precário), os 50% de portugueses que ganham menos de 8000 euros por
ano, o facto de
estarmos a trabalhar mais 200 horas por ano e a ganhar em média menos 300 euros, o descalabro na educação (com o silêncio
ensurdecedor de Mário Nogueira e da FESAP, ao contrário do que aconteceu quando
Maria de Lurdes Rodrigues era ministra da Educação), a miséria que se vive no
Serviço Nacional de Saúde (onde muitos profissionais são obrigados a comprar
luvas ou a fazer garrotes com material improvisado), os medicamentos que faltam
nas farmácias e só estão disponíveis daí a dois dias, a machadada que levou a ciência e
investigação, os
problemas que se continuam a verificar na justiça, a inexistência de respostas
ao envelhecimento da população (em 2014 já
havia mais de 4000 pessoas acima dos 100 anos em Portugal e há 595 mil
portugueses com mais de 80 anos), a
irrelevância do ministro dos Negócios Estrangeiros, a fragilidade da ministra
da Administração Interna, as múltiplas garantias de Passos Coelho que foram
sempre desmentidas por decisões do próprio Passos Coelho, o programa da coligação que não se
discute porque não existe,
etc, etc.(...)
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