A última semana foi dominada pelas ondas de
choque do discurso de Paulo Rangel na Universidade de Verão da JSD. A SIC, na
segunda-feira, abriu o jornal da noite com as várias reações, incluindo a minha
no blogue “Gota de Água”. Transcrevo, em síntese, alguns extratos: “ (...) P. Rangel
meteu a Justiça ao barulho insinuando que é partidarizável. Os juízes reagiram
forte (...) E os comentadores, mesmo os oficiais do meio laranja, não pouparam
o dislate. P. Coelho foi a cereja em cima do bolo. Ao afirmar - traído pela
memória - que a política não é para "beneficiar alguns amigos" (com
quase seis mil nomeados), revelou não estar em grande tecnoforma (...) Ao mesmo
tempo, António Costa, em Sto. Tirso, era levado em ombros (...) ”
Se a este infeliz episódio juntarmos
os que sublinhei no último artigo “Não há melhor cartaz do que estes
deslizes do governo!” (desde
a tentativa de adjudicação direta da concessão do Metro e STCP, passando pelos
números fantasiados da receita fiscal, para acenar com um possível corte na sobretaxa
do IRS, até ao atraso na candidatura para 60 mil bolsas de estudo), rapidamente
nos damos conta de que posso vir a ter razão no comentário que fiz à notícia de
primeira página do Jornal de Negócios desta quarta-feira, assim titulada: “Sondagens: Distância entre PS e
coligação é a mesma há dois anos”.
E observei
o seguinte: “(…) são as mesmas há dois anos, com o PS à frente. Este
próximo fim de semana terá novas sondagens, certamente bem diferentes das que o
PSD mandou fazer lá em casa, na sua "cozinha política". Nunca
mostraram nada a ninguém, nem um algarismo e muito menos um número. Só dizem
"já ganhámos", mas têm um problema: é que por acaso vamos mesmo ter
eleições em vez de sondagens”. E vai ser
já no próximo dia 4 de outubro.
Foi assim que para a
coligação, ao contrário do PS, terminou mal, no dia 31 de agosto, uma “silly
season” que lhe tinha começado bem. Se a intranquilidade nunca foi boa
conselheira, julgar que os eleitores andam distraídos - e que quando a
inteligência foi distribuída não estávamos cá todos - é um erro fatal.
Acredito, por isso, que o último fim de semana de agosto foi aquele em que a
coligação perdeu as eleições.
DV 2015.09.02
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