quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Limite ao défice na Constituição: não há contradição no PS

Paulo Trigo Pereira é candidato pelo PS em Setúbal e pertence à short-list para as Finanças que elaborou o programa económico do PS e já defendeu, tal como a direita, um limite ao défice (3%) na Constituição. O PS sempre disse que não, convicção comum que António Costa herdou de António Seguro, sublinhando que “O que é preciso é mudar as políticas e não a constituição”. 

Claro, fazê-lo seria prescindir de um instrumento que, como a realidade deste governo nos ensinou, em vez de poder ser uma ferramenta e uma oportunidade para estimular a economia e combater a austeridade, funcionaria ao contrário, como um constrangimento.

Paulo Trigo Pereira terá mudado de opinião e ainda bem, porque uma coisa é escrever outra bem diferente é governar. O antigo ministro da Economia do PSD, Álvaro Santos Pereira, ilustra bem como nem sempre um académico considerado corresponde ao ministro competente de que o país necessita. Um laboratório é importante, mas só a vida real prova se tem ou não razão prática a teoria que nele se desenvolve.

O que o jornal “I” titula resulta do livro de Paulo Trigo Pereira (2012) “Dívida Pública, Défice Democrático”, onde refere que “há boas razões para se constitucionalizar um limite ao que as gerações presentes podem impor às gerações futuras (…) ”. O que a notícia pretende é assinalar uma contradição, mas o que verdadeiramente revela é uma evolução e isso, neste caso, é uma coisa boa e não uma coisa má


A "introdução de um limite à dívida pública na Constituição para proteger gerações futuras" é uma das propostas do programa eleitoral da coligação PSD/CDS e já foi considerada um "disparate" pelos socialistas, mas conta com o apoio de Paulo Trigo Pereira. O economista - um dos nomes na short-list do PS para as Finanças - é candidato pelo círculo de Setúbal em lugar elegível e esteve entre os 12 especialistas que elaboraram o plano económico do PS. (in I- 05-08-2015)

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