Como resumir os
últimos meses de Alexis
Tsipras? Não é tarefa fácil, depois de tanta volta e reviravolta,
de ter chegado de rompante com um discurso demasiado fácil e de ter engolido
quase tudo, de ter vencido eleições contra a austeridade e arriscado a vida
política num referendo, de ter feito o contrário do que queria e ter enfrentado
uma rebelião no seu
partido.
Mas há um indicador comum a
todo este resumo. É que Tsipras continua com uma popularidade incrivelmente alta e
sem ninguém que lhe faça frente. É isto que explica a demissão e o caminho para eleições
antecipadas. O primeiro-ministro grego sabe que as vai ganhar
com facilidade e isso permite-lhe ter um grupo parlamentar expurgado dos mais
contestatários.
Não é certo que
o Syriza se mantenha intacto – é uma coligação de vários pequenos partidos –,
mas é certo que
Tsipras vai vencer a eleição de forma clara, podendo até
dispensar os nacionalistas que hoje lhe garantem a maioria. Bruxelas, Berlim,
etc., sabem que é com Alexis Tsipras que vão lidar e por muito tempo.
Ah, já me
esquecia. É que apesar de as eleições gregas ainda não terem data, tudo aponta para dia 20 de setembro,
ali em plena campanha eleitoral… portuguesa. Isto explica o regresso em força
da Grécia ao discurso da coligação PSD-CDS e promete mais uns embaraços ao PS
que mostrou uma estranha simpatia pelo advento do Syriza. Depois corrigiu o
tiro, mas o mal inicial ficou feito.
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