Discutir,
sim, mas fazer!
Esta semana, a ligação Viseu-Sátão foi
protocolada entre as duas autarquias e a administração central, aquando da
vinda do primeiro-ministro a terras de Viriato. A pré-campanha já começou e
nestes quatro meses será anunciado tudo que não se anunciou em quatro anos.
As obras estarão prontas em 2017 e
custarão 11 milhões de euros. O corredor contará com vias de lentos e vai ligar
ao IP5. É um projeto diferente do prometido e longe da reivindicada autoestrada
com que a oposição, hoje maioria PSD/CDS, fustigava o então governo do PS..
É uma boa notícia, mesmo que
concretizada em cima das eleições. O importante é que se faça e que a
mobilidade nos dois concelhos registe um valor acrescentado. As pessoas em
geral e a atividade económica em particular só terão a ganhar.
A ligação atual é manifestamente
insuficiente e as obras de retificação e requalificação, apesar de terem sido
uma franca melhoria, não corresponderam às necessidades. Não falando daqueles
que por ali andam diariamente, as pessoas que, como eu, utilizam aquela via com
relativa frequência entendem muito bem o que estou a dizer.
Por outro lado, é um investimento
público e de proximidade. O facto é duplamente relevante. Desde logo
porque é público e acontecerá ao fim de quatro anos de incompreensível
estagnação. Depois, porque sendo de proximidade corresponde à ideia que
defendo, desde há muito, sobre a vantagem prática deste modelo para as empresas
e economias locais, bem como para o reforço objetivo da mobilidade e segurança
das redes interconconcelhias.
A melhoria nas infraestruturas,
nomeadamente na rede viária, preenche um dos critérios que impulsiona o país no
ranking da competitividade. É, aliás, um dos indicadores que o Governo utiliza
para convencer o investimento estrangeiro em Portugal. Não serão necessários
muitos anos para que a obra feita na perspetiva multimodal e de coesão
territorial seja objeto de reconhecimento público generalizado.
Tal como com a primeira linha de comboio, nos finais
do século XIX (1856), que ligou Lisboa ao Carregado
a polémica também existiu. Mais ainda, 8 anos depois, com a Linha do Norte, concluída
até Vila
Nova de Gaia, um
ano após a linha do Leste chegar a Badajoz. Alguns destes investimentos só acabaram de ser pagos nos
finais do século XX, em democracia. Discutiu-se, mas foi-se fazendo. É essa
mudança de mentalidade que é necessária: discutir, sim, mas fazer!
DV 2015.07.01
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