sexta-feira, 3 de julho de 2015

(Opinião - DV) Discutir, sim, mas fazer!

Discutir, sim, mas fazer!
Esta semana, a ligação Viseu-Sátão foi protocolada entre as duas autarquias e a administração central, aquando da vinda do primeiro-ministro a terras de Viriato. A pré-campanha já começou e nestes quatro meses será anunciado tudo que não se anunciou em quatro anos.
As obras estarão prontas em 2017 e custarão 11 milhões de euros. O corredor contará com vias de lentos e vai ligar ao IP5. É um projeto diferente do prometido e longe da reivindicada autoestrada com que a oposição, hoje maioria PSD/CDS, fustigava o então governo do PS..
É uma boa notícia, mesmo que concretizada em cima das eleições. O importante é que se faça e que a mobilidade nos dois concelhos registe um valor acrescentado. As pessoas em geral e a atividade económica em particular só terão a ganhar.
A ligação atual é manifestamente insuficiente e as obras de retificação e requalificação, apesar de terem sido uma franca melhoria, não corresponderam às necessidades. Não falando daqueles que por ali andam diariamente, as pessoas que, como eu, utilizam aquela via com relativa frequência entendem muito bem o que estou a dizer.
Por outro lado, é um investimento  público e de proximidade. O facto é duplamente relevante. Desde logo porque é público e acontecerá ao fim de quatro anos de incompreensível estagnação. Depois, porque sendo de proximidade corresponde  à ideia que defendo, desde há muito, sobre a vantagem prática deste modelo para as empresas e economias locais, bem como para o reforço objetivo da mobilidade e segurança das redes interconconcelhias.
A melhoria nas infraestruturas, nomeadamente na rede viária, preenche um dos critérios que impulsiona o país no ranking da competitividade. É, aliás, um dos indicadores que o Governo utiliza para convencer o investimento estrangeiro em Portugal. Não serão necessários muitos anos para que a obra feita na perspetiva multimodal e de coesão territorial seja objeto de reconhecimento público generalizado.
Tal como com a primeira linha de comboio, nos finais do século XIX (1856), que ligou Lisboa ao Carregado a polémica também existiu. Mais ainda, 8 anos depois, com a Linha do Norte, concluída até Vila Nova de Gaia,  um ano após a linha do Leste chegar a Badajoz. Alguns destes investimentos só acabaram de ser pagos nos finais do século XX, em democracia. Discutiu-se, mas foi-se fazendo. É essa mudança de mentalidade que é necessária: discutir, sim, mas fazer!
DV 2015.07.01


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