O proclamatório já não se
suporta!
O
primeiro-ministro falou sobre a ligação rodoviária a Viseu. Foi há dois meses.
Mais coisa, menos coisa. E o que disse? Que não haveria autoestrada entre as
duas cidades, nem qualquer solução alternativa que tivesse sido estudada.
Portanto, tal como na ferrovia, reforma hospitalar, reforma do Estado - e tudo
o resto – ficaria para um próximo governo.
Escrevi
sobre esta assunto mais do que uma vez. Não me vou repetir. O Governo não tem
emenda. Todos se lembram da “estória”. A promessa vinha do atual presidente da
câmara de Viseu. A autoestrada seria uma prioridade, os fundos comunitários
apoiariam a 85% e não teria portagem. A assembleia municipal, em moção,
ratificou. Ouro sobre azul!
Depois
começaram as “nuances”. Da promessa da autoestrada passou-se a uma estrada
“digna”; mais tarde reapareceu como um corredor vias duplas e, finalmente,
nada. Mesmo nada. Tal e qual como na ferrovia, no tal comboio. Nada!
No
entanto, lembrando-se o Governo de que o primeiro-ministro já não quer “que se
lixem as eleições”, como tão enfaticamente referia nas televisões, a semana
passada lá disse ao secretário de estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro,
para deixar cair no jornal que, afinal, já existiam interessados na ligação
Viseu Coimbra … e tal … e tal!
Depois
de tanta “coreografia do nada”, como é que ainda alguém estranha que o cidadão
comum esteja incomodado com esta maneira tão ultrapassada de fazer política?
Creio
que hoje em dia as escolhas serão mais estruturadas no carácter das pessoas do
que propriamente nas propostas. É que uma coisa condiciona a outra. Insistir na
falácia é tão ruim como a teoria da resignação, do tem quer ser assim, de que
não é bom olhar para o lado porque só há um caminho.
O
possível percebe-se, compreende-se, sobretudo em momentos tão delicados como os
atuais. O proclamatório já não se suporta!
JC 2015.06
Sem comentários:
Enviar um comentário