sexta-feira, 3 de julho de 2015

(JC - OPinião) - O proclamatório já não se suporta!

O proclamatório já não se suporta!

O primeiro-ministro falou sobre a ligação rodoviária a Viseu. Foi há dois meses. Mais coisa, menos coisa. E o que disse? Que não haveria autoestrada entre as duas cidades, nem qualquer solução alternativa que tivesse sido estudada. Portanto, tal como na ferrovia, reforma hospitalar, reforma do Estado - e tudo o resto – ficaria para um próximo governo.
Escrevi sobre esta assunto mais do que uma vez. Não me vou repetir. O Governo não tem emenda. Todos se lembram da “estória”. A promessa vinha do atual presidente da câmara de Viseu. A autoestrada seria uma prioridade, os fundos comunitários apoiariam a 85% e não teria portagem. A assembleia municipal, em moção, ratificou. Ouro sobre azul!
Depois começaram as “nuances”. Da promessa da autoestrada passou-se a uma estrada “digna”; mais tarde reapareceu como um corredor vias duplas e, finalmente, nada. Mesmo nada. Tal e qual como na ferrovia, no tal comboio. Nada!
No entanto, lembrando-se o Governo de que o primeiro-ministro já não quer “que se lixem as eleições”, como tão enfaticamente referia nas televisões, a semana passada lá disse ao secretário de estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, para deixar cair no jornal que, afinal, já existiam interessados na ligação Viseu Coimbra … e tal … e tal!
Depois de tanta “coreografia do nada”, como é que ainda alguém estranha que o cidadão comum esteja incomodado com esta maneira tão ultrapassada de fazer política?
Creio que hoje em dia as escolhas serão mais estruturadas no carácter das pessoas do que propriamente nas propostas. É que uma coisa condiciona a outra. Insistir na falácia é tão ruim como a teoria da resignação, do tem quer ser assim, de que não é bom olhar para o lado porque só há um caminho.
O possível percebe-se, compreende-se, sobretudo em momentos tão delicados como os atuais. O proclamatório já não se suporta!
 JC 2015.06

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