O número de desempregados
registados nos centros de emprego no final de Junho diminuiu 12,7% em relação
ao igual período de 2014, com o total de inscritos a passar para 536.656
pessoas. Os dados mensais divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP) mostram, no entanto, que o número de novas inscrições de
desempregados aumentou ao longo desse mês.
Em
Junho, inscreveram-se nos centros de emprego 53.650 desempregados, mais 6% do
que em Junho do ano passado e mais 11% do que em Maio deste ano. Apesar de o
total de desempregados estar a baixar consecutivamente de mês para mês, o
número de novos inscritos tem sido irregular ao longo deste ano, ao contrário
do que aconteceu no ano passado, em que a descida foi constante a partir de
Março.
Este
ano, houve uma descida homóloga do número de novas inscrições de pessoas em
situação de desemprego nos dois primeiros meses do ano, seguindo-se uma subida
em Março e Abril, uma diminuição em Maio e, agora, um novo agravamento. Este
aumento contrasta com a tendência dos meses de Junho dos dois últimos anos e
acontece no primeiro mês que tradicionalmente beneficia da sazonalidade de
Verão do mercado de trabalho.
O
aumento das inscrições coincidiu com o fim de um grande número de contratos
temporários. Só no Continente, dos 51.309 desempregados que em Junho se
inscreveram nos centros de emprego, 22.269 fizeram-no porque ficaram no
desemprego depois de terminar o contrato de trabalho a prazo. Houve um aumento
homólogo de 11% destas situações e um crescimento de 31,1% face ao mês
anterior.
A
subida do fluxo de desempregados “foi mais notória na região autónoma dos
Açores, tanto na comparação com o mês homólogo com em relação ao mês anterior,
mais 9,4% e mais 29,8%, respectivamente. Comparando com o mês anterior, as
inscrições de desempregados aumentaram (mais 11,4%; mais 5498). Todas as
regiões do país apresentaram um fluxo de desempregados superior ao do mês
anterior”, clarifica o IEFP.
Já
o total de desempregados registados diminuiu 78.326 em relação a Junho do ano
passado e recuou 19.583 em relação ao mês anterior, o equivalente a uma queda
de 3,1%. A descida foi maior nos homens (uma queda de 14%) do que nas mulheres
(diminuição de 11,5%).
Na
comparação homóloga, o desemprego diminuiu em todas as regiões, excepto na
Madeira, onde o número de inscritos aumentou 0,8%. Em Lisboa a descida foi de
14,5%, chegando aos 19,2% no Algarve. “Também em relação ao mês anterior todas
as regiões apresentaram menos desempregados inscritos”, sublinha o IEFP. Já os
pedidos de emprego totalizaram 776.883, menos 10,7% do que em Junho do ano
passado, altura em que o número chegava aos 870 mil.
Os
desempregados representam 70% dos pedidos de emprego contabilizados pelo IEFP.
A segunda maior percentagem – de 20,1% – diz respeito aos ocupados, indivíduos
que, podendo ou não ter estado inscritos anteriormente como desempregados,
estão “integrados em programas de emprego ou formação profissional”. Nesta
situação, onde se incluem pessoas que embora estejam fora do mercado de
trabalho ficam de fora dos números do “desemprego registado”, estão perto de
156 mil pessoas. Este número baixou 8,9% em relação a Junho do ano passado e
1,4% face ao mês anterior, mas o seu peso aumentou em relação ao número total
de pedidos de emprego.
Há
ainda 7,9% de indivíduos (cerca de 61 mil pessoas) que estão empregados e que
se encontram inscritos no IEFP à procura de um novo trabalho. Os restantes 2,9%
(cerca de 22.800) dizem respeito a pessoas indisponíveis temporariamente,
pessoas desempregadas ou empregadas “que não reúnem condições imediatas para o
trabalho por motivos de doença”.
Entre
as mais de 536 mil pessoas estatisticamente contabilizadas no “desemprego
registado”, há 279.741 mulheres (52,1% do total) e 256.915 homens (47,9%).
Continuam a ser mais os desempregados de longa duração. Os inscritos há mais de
um ano são 273.266, enquanto o número de pessoas inscritas há menos de 12 meses
estava nos 163.390.
No
Continente, refere o IEFP, os trabalhadores “não qualificados” representavam
23,7% do total, os trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção segurança
e vendedores totalizavam 18,2%m enquanto os trabalhadores qualificados da
indústria, construção e artífices representavam 15,6%. Aqui, o número de
desempregados registados à procura de um novo emprego era de 452.061, dos quais
“66,1% tinham trabalhado em actividades do sector dos serviços, com destaque
para as actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio;
29,5% eram provenientes da indústria, com particular relevo para a construção;
ao sector agrícola pertenciam 3,8% dos desempregados”.
Ainda
não são conhecidos os números do desemprego e emprego do Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o mês de Junho. Os dados mais recentes dão conta de uma
taxa de desemprego de 13% em Maio, superior à de Abril (12,8%) mas mais baixa
do que a de Março (13,4%).
Sem comentários:
Enviar um comentário