É uma boa iniciativa, mas não é inédita, porque já tinha sido avançada pelo anterior SG do PS. É positivo que prossiga e deixo como sugestão que o texto final não esqueça os casos em juízo, o nepotismo, incluindo o político, na constituição de listas candidatas a quaisquer órgãos. O PS só tem a a ganhar e a vida pública também!
"Iniciativa inédita tem premissas mais apertadas que as impostas por lei aos titulares de cargos públicos. Serão apenas candidatos mas
irão comportar-se como políticos eleitos e gestores públicos: todos os
candidatos que integrarem as listas do Partido Socialista terão que preencher e
assinar um documento denominado Compromisso ético onde além de declararem os seus
rendimentos e património têm de garantir a ausência de dívidas perante o fisco
e a Segurança Social e renunciar a práticas de lobbying
A
exigência é até maior do que a da declaração de registo de interesses dos
deputados à Assembleia da República e do que a declaração de rendimentos que os
titulares de cargos públicos têm que entregar no Tribunal Constitucional.
A
iniciativa é inédita e ocorre numa altura em que o PS se sente acossado pelo
fantasma dos casos de envolvimento de José Sócrates e de Armando Vara na
Operação Marquês, indiciados por diversos crimes, incluindo corrupção.
O
documento está ainda a ser ultimado pelos dirigentes socialistas Fernando Rocha
Andrade, Jorge Lacão, Pedro Delgado Alves e José Magalhães, mas foi já
analisado, com elogios, pela comissão política nacional na noite de
sexta-feira. A versão final do compromisso deverá ser aprovada na próxima
reunião da comissão marcada para dia 21, que servirá igualmente para fechar as
listas já completas de candidatos.
Na
versão preliminar do documento de nove pontos, consta a exigência de que os
candidatos a deputados socialistas revelem "as actividades que
desenvolveram nos últimos cinco anos, bem como a composição do agregado
familiar e respectivas actividades profissionais, incluindo participações
sociais do próprio e do cônjuge".
Os
candidatos a deputados pelo PS têm também de apresentar declarações, "sob
compromisso de honra, da inexistência de dívida ao fisco e à Segurança
Social" e terão de renunciar "desde já a qualquer exercício de actividade
de lobbying que possa vir a ser prevista na lei". E ficam
proibidos de “desenvolver ou participar directamente em negócios com o Estado”.
Entre
os compromissos de honra exigidos está ainda a garantia de que os deputados
dêem "prioridade ao exercício do seu mandato, só o podendo suspender para
o exercício de funções governativas ou de cargos que decorram de escolha ou
eleições em representação do PS". Está prevista disciplina de voto em
moções de censura ou de confiança, no programa do Governo e nos orçamentos do
Estado, embora a regra seja a liberdade de voto.
Anteontem,
à saída da comissão política, António Costa defendeu ser “cada vez mais
evidente que os cidadãos exigem garantias acrescidas do ponto de vista do
comportamento ético de todos os agentes políticos. E quem quer estar na vida
política deve ter um comportamento exemplar e tem que assumir compromissos.”
Questionado pelos jornalistas, recusou comentar a detenção de Armando Vara". (
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