Passos Coelho veio dizer, esta sexta-feira, que as
queixas da Grécia sobre alegadas diferenças de tratamento por parte dos
credores comparativamente a Portugal e à Irlanda são "uma falsa
questão", já Atenas tem beneficiado de uma"flexibilidade
muito maior".
Ora, Constança Cunha e Sá lembrou no
seu comentário na TVI24 que o primeiro-ministro
português nem nunca precisou dessa flexibilidade, porque não só
"abraçou" sempre a troika, como quis sempre impor mais austeridade do
que aquelas que os credores exigiam.
"Lembro-me muito bem que nunca propôs
medidas de substituição. Ia avançar com plano de corte de despesa de 4 mil
milhões de euros [sem ter sido solicitado] e abraçou sempre a troika, quis
sempre ir mais além. Quis avançar com esse plano. Quem não permitiu que em
portugal esse corte fosse para a frente e fosse substituído foi o Tribunal
Constitucional"
Por causa disso mesmo é
que a troika, em relação a Portugal, "não teve outro remédio senão
aceitar".
"O nosso governo
nunca contrariou em nada a troika. Anda a gabar-se que pôs fora a troika, como
se tivesse sido o papão dos últimos anos, mas é bom lembar que este governo foi
o mesmo que negociou calmamente com a troika, que se entendeu lindamente com a
troika. Passos chegou a dizer que o seu programa era o da troika",
reforçou.
O tratamento da Europa
no caso da Grécia tem sido "miserável", constatou ainda Cunha e Sá,
para quem há uma "vontade firme dos credores de acabar com o elemento
estranho" que é o Governo do Syriza. "O centrão europeu
não aceita como parceiro um partido que foge ao centrão", rematou.
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