(À tripa forra, diria Aquilino) Infraestruturas
de Portugal, que resulta da fusão da Estradas de Portugal e da REFER, foi
apresentada com pompa e circunstância aos funcionários no dia 5 de junho.
Terá sido por
iniciativa do conselho de administração da Infraestruturas de Portugal, a empresa
que resulta da fusão da Estradas de Portugal e da REFER - criada pelo Governo
com o objetivo de racionalizar custos - que se realizou a festa do passado dia
5 de junho. O evento, cujo objetivo era apresentar aos funcionários das
empresas fundidas a nova marca, contou com cerca de 1300 convidados e terá
custado aos cofres do Estado cerca de 300 mil euros, em despesas diretas e
indiretas, noticia hoje o Jornal de Notícias.
Parte das despesas do
evento, diz o JN, está disponível no portal Base,
onde é possível verificar que a antiga Estradas de Portugal fez vários ajustes
diretos com vista à organização da festa.
Destaca-se um de 85 mil euros (com
IVA), feito à sociedade Deep Step Consultores de Comunicação e Relações
Públicas.
Um outro, para "produção de telas publicitárias", custou 17
547 euros.
O "lanche buffet" foi adjudicado à Maria Papoila -
Sociedade de Comidas e Bebidas, Lda., que pediu 22 mil euros.
No total, foram
124 mil euros, aos quais se somam os custos indiretos que decorrem da dispensa
dos funcionários para assistirem à festa. O JN multiplicou 1300 - o número de
convidados na festa - por 131 euros, o custo médio em dia útil de um
funcionário da REFER ou da Estradas de Portugal, sendo que o valor final
ultrapassa os 170 mil euros. Tudo somado, a festa ficou por cerca de 294 mil
euros ao erário público. A este valor acrescem ainda as despesas com transporte
dos funcionários, que foram asseguradas pela Infraestruturas de Portugal, em
comboio ou autocarro da empresa.
Quem não esteve presente
criticou o despesismo e, segundo o JN, a dimensão política da festa, descrita
como se fosse "um comício". Questionada também foi a atuação de
Francisco Menezes, humorista contratado para animar o evento, e cuja sessão de
mais de meia hora foi "desadequada", a "roçar o ordinário",
segundo relatos de funcionários da empresa.
A Infraestruturas de
Portugal já tinha sido apresentada aos quadros em sessão comemorativa no dia 1
de junho, numa cerimónia onde esteve presente o secretário de Estado dos
Transportes, Sérgio Monteiro, e que não teve custos para a empresa.
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