O
Governo está a terminar os seus quatro anos de legislatura. Foi um tempo de
impasse e retrocesso no distrito. De impasse, porque as obras em curso foram
travadas. De retrocesso, porque os serviços de proximidade aos cidadãos foram
inexoravelmente cortados, a atividade económica recuou e o desemprego aumentou.
Tempo
de impasse na educação, na saúde, na mobilidade e na solidariedade social. A
requalificação das escolas parou, restringiu-se o número de professores e
debilitou-se a programação curricular.
O
acesso à saúde piorou, os recursos humanos foram diminuídos até ao nível da
rutura e respostas como a do Centro Oncológico finaram-se.
A
mobilidade rodoferroviária foi palco de muitas promessas e de outras tantas
desilusões, porque nada se fez, nada se estudou e nada se decidiu. Pior do que
isso, prometeram tudo e a tudo faltaram à verdade.
Os
acordos com a segurança social para os equipamentos degradaram-se, quer porque
não foram feitos para aqueles cuja criação estava a ser desenvolvida, quer
porque não foram atualizados para os que já existiam, sendo que as prestações
sociais foram alvo de um corte geral, cego e drástico.
Tempo
de retrocesso, porque na reorganização do território funcionou a
arbitrariedade, a decisão vertical e a ausência de consulta prévia aos
representantes das populações, aos autarcas. Foi a política do facto consumado
sem qualquer economia de meios. Pelo contrário!
Foi
decidido o encerramento da maioria das repartições de finanças e foram extintos
tribunais, dificultando o acesso à justiça dos que dela mais precisam por
ausência de recursos financeiros próprios. Tudo na vertical, sem consulta aos
autarcas, ignorando a sua disponibilidade para partilhar custos e denotando uma
grande insensibilidade social. E o drama que ainda é o Citius?!
A
cereja fendilhada, em cima do bolo, apareceu esta semana com o anúncio requentado
do Governo, através das Estadas de Portugal, de um investimento pífio nas
rodovias.
Tal
como já afirmei “O Governo nada tendo
feito na rodovia em todo o distrito de Viseu durante 4 anos vem agora, com o
mandato caducado, a 4 meses de eleições, anunciar para os próximos 5 anos um
investimento de 28 M€ em todo o distrito”.
Para
se ter ideia da insuficiência desta verba não daria para fazer escassos
quilómetros da atual A24, no acidentado Douro Sul, ou na difícil orografia em
Penacova, na desventurada ligação Viseu Coimbra.
Relembro
ainda que “As intervenções de conservação
e requalificação são uma atividade regular e obrigatória (era o que mais
faltava!), mas não são a resposta para as ambições estruturantes de 400 mil
pessoas que vivem nos 24 concelhos do distrito”, sobretudo para quem diz
que tem os “cofres cheios”.
Espero
vivamente que os viseenses, no momento do juízo final sobre tão padecida
legislatura, de maioria PSD/CDS, saibam punir quem tanto desqualificou o distrito de Viseu
DV
2015.04.01
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