"O líder parlamentar socialista
afirmou hoje que o Programa de Estabilidade do Governo constitui um atestado de
"insanidade política e social", mas o primeiro-ministro disse recusar
fazer gestão política, contrapondo que insanidade foi a bancarrota de 2011.
Estas
críticas foram trocadas entre Ferro Rodrigues e Pedro Passos Coelho no início
do debate quinzenal, na Assembleia da República, a propósito do Programa de
Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas aprovados na quinta-feira em
Conselho de Ministros.
Ferro
Rodrigues começou por protestar com o facto de esses documentos aprovados em
Conselho de Ministros ainda não estarem disponíveis na Assembleia da República
e referiu que o PS apresentará na próxima semana um projeto de resolução sobre
o Programa de Estabilidade, advertindo desde já que se está perante um caso de
"mais propaganda do que debate" e de "mais propaganda do que
informação".
Na
sua intervenção, o presidente do Grupo Parlamentar do PS atacou sobretudo o
calendário para a reposição dos salários dos trabalhadores da administração
pública e da sobretaxa em IRS e a intenção do Governo de reduzir o valor global
das despesas com pensões em cerca de 600 milhões de euros, medida que
caraterizou como "uma ameaça de novas agressões aos pensionistas".
"Isto
trata-se do verdeiro programa que este Governo pretende apresentar para os
próximos quatro anos. O Governo retoma uma medida que já foi chumbada pelo
Tribunal Constitucional, mas não estamos aqui perante uma brincadeira.
Verificamos que há uma insanidade política e social em todo este
programa", acusou.
Ferro
Rodrigues considerou ainda que o executivo PSD/CDS "perdeu o norte" e
que aprovou um Programa de Estabilidade "faz de conta".
"O
senhor primeiro-ministro não aprecia contos para crianças, mas este exercício é
um pouco faz de conta.
Faz de conta que o PSD e o CDS ganham as eleições, que
Passos Coelho é o primeiro-ministro até 2019, faz de conta que a oposição é
depois complacente e faz de conta que é Cavaco Silva quem vai continuar
Presidente da República para além de 2017", disse, recebendo palmas da
bancada socialista, acusando neste contexto o Governo de "tentar cortar
tudo em 2016 para dar de novo em 2019"". (...) Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário